Passados 60 anos, o chamado Caso Kliemann ainda instiga mistério e curiosidade. Envolto em dois assassinatos, um jamais resolvido e outro ao vivo em um programa de rádio entre rivais políticos, o episódio tem doses carregadas de drama que o transformaram no maior caso policial da história de Santa Cruz do Sul. Premiado jornalista investigativo e escritor, Ricardo Düren, de 42 anos, que há 15 pesquisa o assunto, foi convidado do podcast Papo de Polícia, produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações.
No episódio, o jornalista, que fez o pré-lançamento do livro O Caso Kliemann e seus personagens misteriosos, contou alguns dos bastidores de suas apurações, como o aparecimento de uma “dama de vermelho” que teria tumultuado a investigação na época, gerando atenção excessiva do público, da mídia e da polícia. O caso começou com o assassinato de Margit Mailaender Kliemann na mansão onde morava com o marido, o deputado estadual Euclydes Nicolau Kliemann, em 20 de junho de 1962.
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O parlamentar imediatamente foi apontado como suspeito pela polícia em Porto Alegre, cidade onde o casal santa-cruzense foi morar após ele ser eleito. Pouco mais de um ano depois, em 31 de agosto de 1963, foi a vez de Euclydes ser assassinado dentro de um estúdio de rádio em Santa Cruz. Ele foi atingido por um tiro no peito desferido pelo vereador Floriano Peixoto Karan Menezes, o Marechal, durante debate ao vivo sobre uma verba para a Estrada do Arroio Grande (hoje Avenida Deputado Euclydes Nicolau Kliemann).
“Embora o Euclydes fosse o principal suspeito do delegado para a morte de Margit, uma verdadeira caravana de suspeitos passou pela delegacia. E entre esses vários personagens está a ‘dama de vermelho’, que seria uma mulher jovem, bonita, em um vestido vermelho, a cor da paixão, do sangue, do perigo, que teria sido vista saindo da cena do crime e embarcado em um táxi dirigido pelo chofer Antonio Espanhol. Esse realmente existiu e falou com a polícia”, contou Düren.
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Para Ricardo Düren, a atenção demasiada da mídia da época em relação à personagem, que atiçava o imaginário dos leitores sobre quem poderia ser a mulher e quais suas intenções, fez com que a polícia se debruçasse sobre pistas falsas e perdesse o rumo da investigação que, ao fim, não identificou quem matou Margit. “Por mais que a ‘dama de vermelho’ fosse intimada pelo delegado nos jornais a comparecer na delegacia, ela nunca apareceu”, complementou Düren, que acredita na hipótese de a mulher nunca ter de fato existido.
No Papo de Polícia, ele ainda detalha outros pontos do Caso Kliemann, incluindo a participação de figuras históricas da política, como Arno Frantz e Pedro Simon, no que se sucedeu à morte de Euclydes na rádio, com dois julgamentos de Marechal no ginásio do Clube Corinthians lotado. Além disso, Düren revela bastidores de crimes que cobriu na região, como o Caso da Menina do Armário; o Caso João da Grama; os Irmãos Naricos; os crimes da Rua do Arvoredo e o terror da quadrilha de Seco nos assaltos a carros-fortes.
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