A Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul realizou na manhã desta sexta-feira, 18, mais uma edição do Café Empresarial Online, que foi transmitido ao vivo pelo Instagram da entidade (assista abaixo).
A apresentação teve como convidada especial Isabel Baggio, presidente do Banco da Família. Ela é administradora de empresas, pós-graduada em marketing e com MBA em Administração Global.
O evento marcou a chegada do Banco da Família a Santa Cruz do Sul. A instituição financeira atende 129 municípios nos três Estados do Sul, 26 deles em solo gaúcho. Com a presença no Vale do Rio Pardo serão mais 15 municípios com serviços de microcrédito e uma possibilidade maior de acesso a empréstimos e melhores taxas de juros para um grande número de pessoas.
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A projeção, segundo Isabel, é que cada empréstimo liberado impacte quatro pessoas e, por isso, a instituição é chamada de Banco da Família. Nessa quinta-feira, 17, a presidente da instituição concedeu entrevista à Gazeta do Sul e falou sobre a oferta de crédito.
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Entrevista
Isabel Christina Antunes Baggio
Presidente do Banco da Família
O que é o Banco da Família e como o microcrédito pode auxiliar os empreendedores da região?
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O Banco da Família é uma organização do terceiro setor, nascido em 1998 em Lages, Santa Catarina, inicialmente para atender a região serrana do Estado. Foi uma iniciativa da Associação Empresarial de Lages, por meio da Câmara da Mulher Empresária. Naquela época, percebendo que a situação econômica da cidade não era positiva e que as iniciativas eram tímidas por parte da administração municipal, a associação empresarial resolveu criar essa instituição. Iniciamos o trabalho com microempresas e informais.
Olhando esse cenário, por meio de uma pesquisa do Sebrae na época, os moradores dos bairros tinham dificuldades de acesso ao crédito, o que era dificultador do crescimento das pequenas empresas e dos negócios. Ampliamos nossa atuação para a Serra de Santa Catarina, em seguida fomos para o Rio Grande do Sul, na região de Vacaria, depois para a região de Caxias do Sul, depois para o Oeste de Santa Catarina. No ano passado chegamos à Região Metropolitana de Florianópolis e também à divisa de Santa Catarina, já adentrando o Paraná, onde o projeto de expansão é muito significativo.
Qual a importância das garantias de crédito, principalmente enquanto a economia sofre os efeitos da pandemia de Covid-19?
A nossa média de empréstimos gira em torno de R$ 4,8 mil. A média mundial varia entre US$ 800,00 e US$ 1 mil. Isso dá um impacto, e às vezes se imagina que esse valor não signifique muita coisa, mas atende, por exemplo, à construção de um banheiro, uma compra de equipamento, reforma de uma casa, uma cirurgia, enfim, é um valor que dá atendimento às pessoas e resolve situações.
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Na pandemia tivemos crescimento. Lançamos três produtos: um sobre energia solar; o BF Agro, destinado a pequenos negócios da agricultura familiar, e o BF Coopera, de um valor um pouco mais alto, que atende micro e pequenas empresas que, às vezes, chegam em um banco e não recebem a atenção necessária. O nosso volume de empréstimo vai de R$ 500,00 até R$ 30 mil,e em casos especiais fazemos uma análise diferenciada, mas comumente esses são os valores que nós emprestamos.
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O microcrédito se caracteriza pela segurança que traz ao empreendedor?
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Não é questão de segurança. É uma questão de acesso. Raramente as pessoas que recebem microcrédito seriam atendidas da forma que estamos atendendo. Imagine uma pessoa que precise de R$ 1 mil. Um agente de crédito faz uma visita ou entrevista e auxilia na análise desse dinheiro. Será que ela necessita de R$ 1 mil? Ou será que, na verdade, precisa de R$ 800,00? Imagine que isso é uma customização de um trabalho que não é percebido, nem mesmo é dada uma atenção personalizada. Então, o acesso é personalizado: o agente de crédito vai, por meio de uma entrevista ou visita, entender qual o problema e a necessidade real de capital de giro ou investimento dessa pessoa que está buscando crédito.
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