Uma obra perfeita da engenharia, que segue firme há 173 anos, a Ponte do Couto é um ponto turístico de Rio Pardo. A estrutura foi construída em 1848, após a passagem de Dom Pedro II pelo município. O imperador designou o engenheiro da Comarca, Johann Martin Buff, para executar o projeto. “A estrutura é a primeira ponte em estilo romano do Rio Grande do Sul”, conta Flávio Wunderlich, diretor de Turismo da Secretaria de Turismo, Cultura, Juventude, Esporte e Lazer.
Além da Ponte do Couto, outras duas estruturas nesse estilo foram erguidas na mesma época na região: a Ponte do Império, em Candelária, e a Ponte do Botucaraí, em Cachoeira do Sul. Todas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).
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A historiadora Dariane Labres, da Gestão de Projetos e Curadoria de Museus Municipais, descreve a Ponte do Couto como uma joia rara. “Só pela arquitetura inspirada nos arcos romanos, ela já é um espetáculo. E liga o passado ao presente. Nos liga a nossa história”, completa. O local é cheio de história e foi palco do chamado Combate da Ponte do Couto, episódio marcante da Revolução Farroupilha, em 11 de novembro de 1836 – ainda antes da construção da estrutura. O arroio foi estratégico aos farrapos, para que os imperialistas não chegassem a Rio Pardo.
Wunderlich explica que a ponte sempre foi de extrema importância, pois fazia a ligação de Rio Pardo, que era um entreposto comercial, com a região que hoje é o Vale do Taquari. E até mesmo com a Região Metropolitana pela estrada velha, à margem esquerda do Rio Jacuí. O local onde a estrutura está já faz parte do distrito de João Rodrigues.
Dariane lembra que o lugar também é usado para manifestações religiosas de origem africana, com oferendas e outros rituais. “É possível destacar dois pontos: o que era a engenharia na época e também a tradição do espaço para ritos e oferendas.” A historiadora ainda relembra que o local deve ser usado para o turismo, para difundir memórias. “Aquele ponto deve ser usado para as pessoas compreenderem a sua história, o seu valor, e se apropriar de uma paisagem belíssima.”
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A lenda Lagoa do Segredo
Em 1836, o célebre corsário Menino Diabo apoderou-se de Rio Pardo, sendo, mais tarde, derrotado pelas forças do coronel Medeiros, no combate da Ponte do Couto.
Conta-se que o temível pirata, vendo que seria derrotado, deixou uma fortuna enterrada em ouro, joias e moedas, em lugar ignorado. Dizem alguns que foi nas proximidades do Barro Vermelho, outros numa lagoa, situada perto do Rio Jacuí.
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Quando foi iniciada a construção da ponte sobre o Jacuí, em 1958, diversos operários construíram seu acampamento próximo à lagoa do Buff, localizada à margem do rio.
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Durante um verão, a lagoa ficou quase seca. Foi então notado em seu fundo, atolado no barro, um baú, preso a uma grossa corrente. Ela não cedeu, nem com a força de uma patrola. Também não conseguiram secar a lagoa.
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Esta conserva ainda o seu segredo e o tesouro do Menino Diabo, que não foi encontrado até hoje.
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