Vidas, preciosas vidas

Ao longo da história, a vida humana passou por diferentes concepções. Durante o século passado, o enfoque esteve fortemente voltado para as Ciências Exatas e a Física. Neste novo século percebe-se que o enfoque se volta para a Biologia. E não é para menos, o Planeta e a vida nele existente clamam por cuidados. Para podermos entender melhor o mundo em que vivemos, precisamos nos afastar da concepção voltada unicamente para o homem, dessa visão antropocêntrica, para podermos ampliar nosso entendimento de mundo, voltando-nos para uma visão mais centrada na vida, em todas as vidas.

Venho acompanhando mudanças, percebo um crescente despertar para o valor imensurável da vida. Percebo esse despertar, tanto entre lideranças públicas quanto na comunidade. Na esfera pública, acompanho algumas medidas protetivas voltadas para alguns animais. Percebo um crescente interesse por uma vida mais saudável, por alimentos saudáveis. Romar Beling – em seu valioso texto publicado dia 29 de janeiro – nos alerta para a necessidade urgente de protegermos as árvores. Endosso o entendimento de Beling. Realmente não dá para “falar em bem-estar humano ou bem-estar animal sem falar das árvores, da natureza, do ecossistema”. Deveras, sem árvores não há vida. Essenciais assim como a água potável, alimentos saudáveis, árvores são imprescindíveis para todas as vidas.

Valiosas iniciativas, preciosos alertas. Muito ainda há por ser feito em favor da vida. A começar pela vida humana, passando pela vida animal, pela vida vegetal, proteção das águas, para a mãe Terra poder continuar sendo lar e abrigo para todas as vidas.

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Assim como há iniciativas para a proteção de alguns animais, precisamos avançar para uma “artgerchte Tierhaltung” para todos os animais. Isto é, precisamos nos voltar mais para um tratamento digno, condizente com cada espécie. E isso não somente para com alguns animais, mas para com todos os animais. Em especial os animais destinados a serem alimento para os humanos, por fornecerem leite, ovos e suas vidas serem sacrificadas, para serem transformadas em alimento. Esses animais, mais do que quaisquer outros, são merecedores de tratamento cuidadoso. É preciso oferecer-lhes vida digna e alimentos saudáveis. Dependendo da espécie, oferecer espaços amplos em meio à natureza verdejante, ar puro, para viverem felizes.

Principalmente a criação em massa de animais deve ser repensada e precisa de medidas protetivas. A grande quantidade de animais criados confinados lhes impõe sofrimento e estresse, posto que não atende a suas necessidades naturais. Criados com hormônios para crescimento rápido, sem espaço adequado, sem contato com a natureza, tudo isso é uma indignidade para com qualquer animal, é vergonhoso e é um perigo para a saúde.

Nos arredores de Tübingen visitei uma propriedade rural durante um inverno, em que animais precisam viver recolhidos. Lá encontrei um grande galpão no qual umas 30 vacas estavam abrigadas. O espaço era amplo e, claro, o chão coberto de feno. Pendentes do teto, grandes roldanas com escovas giravam continuamente, nelas as vacas massageavam seu dorso. Por todo o galpão soava música clássica, relaxante.

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Trago esta vivência não como um exemplo a ser seguido, mas para refletirmos e pensarmos outras formas, adequadas e dignas, para a vida de animais que precisam viver presos. Vidas são preciosas. Vidas precisam e merecem ser tratadas com respeito, com dignidade e cuidados.

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