Desde o início do século passado até a década de 80, era muito comum a visita de ciganos a Santa Cruz do Sul. Hoje, os hábitos mudaram e eles já não viajam tanto.

O fotógrafo aposentado Harry Genehr, quando criança, residia nas imediações do atual Parque da Oktoberfest, que, no passado, era chamado de Parque Municipal (depois, Parque da Fenaf). Aquela área era a predileta das tribos.

Onde hoje é o campo de futebol da Vila Militar, havia muitas árvores e um belo lago (depois aterrado) em que eles instalavam as barracas, aproveitando a sombra e a água para as famílias e animais. A gurizada da Várzea costumava brincar com as crianças ciganas. Harry diz que era divertido correr entre as barracas. Nos dias de sol, elas ficavam com as lonas levantadas.

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Até os anos 20/30, os grupos vinham em comboios com várias carroças. Havia carretões com as laterais mais altas, que serviam para transportar tachos de cobre, panelas, pelegos de ovelha e tapetes de couro de gado, que comercializavam na cidade. Ainda vendiam cintos de couro, fivelas, facas e arreios de prata, e anéis, colares e pulseiras de ouro.

Eles também consertavam tachos furados. No passado, quase todas as famílias tinham tachos para fabricar schmier, geleia, rapadura e sabão. Como eles acabavam furando com o uso, os ciganos eram aguardados para fazer o conserto.  

Os homens costumavam apostar forte nas corridas de cavalo (o hipódromo era onde hoje fica o prédio da Smec) e nas rinhas de galo, então comuns na cidade. Alguns ciganos, inclusive, traziam seus galos de briga e negociavam com criadores locais.

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As mulheres ganhavam a vida vendendo objetos, tecidos e “lendo a sorte” das pessoas. Algumas produziam agasalhos de lã e rendas.

CONTINUA

Foto: Divulgação
Mulheres cuidavam do acampamento e vendiam produtos

 

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