Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Santa Cruz do Sul

Vice-prefeita denuncia Telmo mais uma vez ao Ministério Público

Foto: Banco de Imagens

Conflito entre as duas maiores autoridades do município já dura mais de um ano

A vice-prefeita de Santa Cruz, Helena Hermany (PP), voltou a denunciar o prefeito Telmo Kirst (PSD) ao Ministério Público. Em mais um capítulo do conflito que já dura quase um ano entre as duas maiores autoridades do município, Helena pediu providências à Promotoria após Telmo demitir o assessor mais próximo dela.

A Gazeta do Sul teve acesso ao pedido, que foi protocolado no último dia 11, uma semana após a demissão de Gilberto Gil, que era assessor de apoio ao gabinete da vice-prefeita. Conhecido como Pingo e ligado à família Hermany, Gil ocupava o cargo desde 2013 e já havia sido assessor de Helena na Prefeitura entre 2005 e 2008.

Helena chegou a solicitar formalmente que a exoneração fosse revogada, mas isso não aconteceu. Nessa solicitação, ela alegou que o substituto nomeado por Telmo, Jéferson Toni da Cruz, “não é pessoa da confiança da vice-prefeita” – embora ele seja filiado ao PP, o partido dela, desde 2011.

Publicidade

Lembrou, inclusive, que Cruz, que até então atuava na Secretaria de Transportes, responde por envolvimento em um esquema de supostas interferências políticas em agendamentos de consultas e exames via SUS em Santa Cruz do Sul. Essa situação levou ao ajuizamento de uma ação civil pública de improbidade administrativa no ano passado. Telmo também é réu na ação.

LEIA TAMBÉM: Pedro Garcia analisa: crise entre Telmo e Helena

Ao MP, Helena classificou o ato do prefeito como uma “intervenção unilateral” e afirmou que a medida “fere o dispositivo legal e cria constrangimento ilegal nas funções desempenhadas pelo Gabinete da Vice-Prefeita”. Na representação, ela pede à Promotoria que acione “as medidas judiciais e/ ou extrajudiciais pertinentes para assegurar o exercício do mandato eletivo da Vice-Prefeita”.

Publicidade

Na terça-feira, o promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, deu prazo de dez dias para que Telmo se manifeste sobre a demissão e recomendou que o ato seja revogado. Barin alegou que, embora caiba ao prefeito nomear e exonerar CCs do Município, os cargos vinculados ao gabinete de Helena “devem ser indicados ou, ao menos, chancelados pela Vice-Prefeita” e não podem ficar vinculados “meramente às vontades do Prefeito Municipal”.

Conforme o promotor, ao demitir um assessor de confiança de Helena, Telmo “possivelmente interveio indevidamente na estrutura de pessoal do Gabinete da Vice-prefeita”. Ele alertou ainda que, se Telmo não acatar a sugestão, um inquérito pode ser instaurado contra ele. Procurada, Helena Hermany não quis se manifestar sobre o assunto.

LEIA TAMBÉM
“Lamento a ida de Helena ao MP”, diz Telmo
“Eu gostaria que retornasse o Telmo do primeiro mandato”, diz Helena no novo gabinete
Helena se manifesta sobre condenação de Telmo

Publicidade

Ato é “perfeito juridicamente”, diz PGM

O procurador-geral do Município, Renato Theisen, disse nessa quinta-feira, 20, que a Prefeitura vai prestar informações ao Ministério Público, mas, em princípio, não deve voltar atrás em relação à demissão de Gilberto Gil. A PGM emitiu um parecer favorável ao ato que, segundo Theisen, é “juridicamente perfeito”. “Não cabe a outra pessoa, a não ser o prefeito, decidir sobre nomeações e exonerações. A vice não tem esse poder constitucional.” Questionado sobre as motivações da exoneração, Theisen alegou que “não cabe ao Jurídico comentar a respeito disso”.

O EMBATE

Publicidade

Após décadas de aliança política e duas vitórias eleitorais, a relação de Telmo e Helena implodiu no dia 20 de março do ano passado, quando a vice foi ao Ministério Público denunciar ter sido expulsa do gabinete por ordem do prefeito. O episódio pavimentou o caminho para a desfiliação de Telmo do PP e rendeu ao prefeito uma condenação por improbidade administrativa em novembro.

LEIA MAIS: Justiça determina que Telmo pague multa no caso da vice-prefeita

Telmo e Helena também travam uma queda de braço junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). O órgão considerou indevidos os reajustes salariais concedidos à vice em 2015 e 2016, porque os percentuais foram acima da inflação. Helena alega que não teve direito de se defender e caberia a Telmo pagar o valor cobrado pelo tribunal, caso a condenação seja mantida. Telmo, porém, entende que a responsabilidade pelo pagamento é dela.

Publicidade

LEIA MAIS: Vice-prefeita tenta evitar cobrança por aumentos salariais

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.