Um dia após a virada que garantiu a primeira reeleição na história do Rio Grande do Sul, o vice-governador eleito Gabriel Souza (MDB) disse nessa segunda-feira, 30, em entrevista à Gazeta do Sul e à Rádio Gazeta, que não acredita em dificuldades para conseguir formar “uma base sólida” na Assembleia. Os partidos que integram a coligação vitoriosa conquistaram apenas 17 das 55 cadeiras do Legislativo.
Para ter maioria simples, são necessários 28 votos. Já a maioria qualificada, exigida para alterações na Constituição Estadual, requer apoio de 33 deputados estaduais. Questionado sobre em quais partidos poderia ser buscado o apoio para compor a maioria, Souza citou, em primeiro lugar, o Progressistas, alegando que a sigla “teve importância significativa nos governos Sartori e Leite”.
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Os progressistas tiveram candidato próprio a governador e, no segundo turno, aprovaram apoio a Onyx Lorenzoni (PL). Uma ala da legenda, no entanto, optou por se alinhar a Leite. Agora, há uma tendência forte de que a sigla retorne à base aliada.
Souza disse ainda que vê possibilidade de conversa com “setores do PL”, partido de Onyx, e citou a deputada santa-cruzense Kelly Moraes como exemplo. “Ela foi minha vice-presidente na Assembleia. Tenho uma relação muito próxima de amizade e respeito”, comentou. O vice também afirmou que mantém “um ótimo diálogo” com integrantes do Republicanos, que também estava na coligação de Onyx, e mencionou PDT e PSB, que deram apoio no segundo turno.
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Souza descartou a possibilidade de o PT integrar o governo, ainda que o “apoio crítico” da legenda tenha sido decisivo para o resultado da eleição. “Somos divergentes. Não tem como governar juntos.”
A divisão
Aliados de Leite
MDB…………………………………………………….6
PSDB……………………………………………………5
União…………………………………………………..3
Pode…………………………………………………….2
PSD………………………………………………………1
Aliados de Onyx
PL…………………………………………………………5
Republicanos……………………………..………..5
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Outros
PT……………………………………………………….11
PP………………………………………………………..7
PDT………………………………………………………4
Psol………………………………………………………2
PCdoB………………………………………………….1
PTB……………………………………………………….1
PSB……………………………………………………….1
Novo…………………………………………………….1
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Na transição, Educação e conversa com Lula
Conforme Gabriel Souza, a expectativa é por uma transição “facilitada” por se tratar de reeleição. Leite renunciou ao governo em março, mas o sucessor, Ranolfo Vieira Júnior, deu continuidade às ações e parte dos secretários são os mesmos. Isso, segundo o vice eleito, deve evitar interrupções em obras e programas na virada do ano, como costuma ocorrer quando há troca de gestão. Nessa segunda-feira, 31, após cumprir uma maratona de entrevistas, Leite se encontraria com Ranolfo. Já na manhã desta terça-feira, 1º, Souza reuniu-se com integrantes do governo.
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De acordo com Souza, uma das prioridades já na transição será a educação, que vem sendo apontada como pauta número um da próxima gestão. A ideia é avaliar a situação das escolas estaduais, que se agravou no decorrer da pandemia, e começar a discutir medidas de desburocratização para acelerar melhorias e reinventar o fluxo entre as secretarias de Obras e Educação. Em entrevistas a emissoras na Capital, Leite também sinalizou que a secretária de Educação, Raquel Teixeira, pode permanecer na função no próximo governo.
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Outro plano para a transição é buscar um diálogo com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A intenção é apresentar uma pauta que o Estado pretende discutir com o governo federal no próximo ciclo, o que envolve demandas de investimentos, financiamento de saúde, dívida e Regime de Recuperação Fiscal, entre outros. Segundo Souza, a expectativa é manter “boas relações” com o futuro governo. “Eduardo e eu temos condições de conversar com quem quer que seja. Isso é um predicado de nossa biografia”, salientou.
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O que mais disse Souza
“A urna mostrou quem estava no lado certo”
Questionado sobre as cisões no MDB – algumas lideranças decidiram apoiar Onyx Lorenzoni –, Souza disse que o partido saiu “muito fortalecido” da eleição e o resultado da votação de domingo mostra que a decisão pela aliança com o PSDB foi acertada. “Não fosse a coligação, não estaríamos no segundo turno e, consequentemente, não teríamos a vitória. Qualquer força política a menos, já não teríamos condições de ir”, afirmou.
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Sem citar nomes, Souza disse que só não saíram fortalecidos “alguns indivíduos que, lamentavelmente, praticaram infidelidade partidária”. Entre os que se negaram a apoiar Leite está o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. Conforme o vice, a vitória acachapante na Capital e em outros colégios eleitorais mostrou “quem estava no lado certo da história”.
“Estou pronto para qualquer tarefa”
Quando perguntado sobre qual será seu papel no governo, Souza alegou que isso ainda não foi discutido. “Estou pronto para qualquer tarefa”, frisou. No primeiro mandato de Leite, o então vice Ranolfo Vieira Júnior assumiu a área de segurança pública.
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