Detentores de vistos de sete países majoritariamente muçulmanos que foram rejeitados pelos Estados Unidos devido à proibição de viagens do presidente Donald Trump esperam seguir para o país por meio de uma janela aberta pela contestação legal à medida contra imigração. O tribunal federal de apelações em San Francisco negou o recurso do governo Trump para imediatamente restabelecer a proibição de entrada de imigrantes de sete países e de refugiados nos EUA no início deste domingo. Por ora, o veto à imigração permanece bloqueado por uma ordem de restrição temporária emitida pelo juiz federal em Seattle James Robart.
Pessoas que se opõem à ordem de Trump estavam dizendo a quem pudesse viajar que pegasse o primeiro voo. “Nós estamos dizendo a eles para pegarem o voo o mais rápido possível”, disse Rula Aoun, diretora da Liga Árabe dos Direitos Civis em Dearborn, Michigan. O seu grupo entrou com processo em uma corte federal em Detroit, desafiando a ordem executiva de Trump como inconstitucional.
Manifestantes tentaram manter a pressão, reunindo-se em Denver e outras cidades dos Estados Unidos para protestar contra a proibição. Enquanto isso, advogados esperavam em aeroportos para o caso de qualquer coisa dar errado com recém-chegados. Renee Paradis estava entre os 20 a 25 advogados e intérpretes voluntários dentro do Terminal 4 do aeroporto John F. Kennedy em Nova York oferecendo ajuda. Eles carregavam placas feitas à mão em árabe e farsi dizendo “nós somos advogados, estamos aqui para ajudar. Nós não somos do governo”, disse. “Todos estamos apenas esperando para ver o que realmente acontece e quem consegue passar”, disse ela.
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Algumas pessoas tiveram que fazer escolhas difíceis. Uma família iemenita esperava chegar ao aeroporto internacional John F. Kennedy no domingo vinda do Egito depois de deixar dois de seus quatro filhos para trás. O pai e dois filhos são cidadãos norte-americanos e a mãe tem um visto de imigrante, mas os outros dois filhos ainda não têm seus papéis. “Eles simplesmente não querem arriscar esperar”, afirmou a mãe.
Funcionários do aeroporto do Cairo disseram que um total de 33 migrantes do Iêmen, da Síria e do Iraque embarcaram em voos para os Estados Unidos. As autoridades disseram que os 33 não haviam sido rejeitados anteriormente e estão correndo para aproveitar a janela oferecida pela disputa judicial. Os funcionários falaram sob condição de anonimato porque não estão autorizados a falar com a mídia.
O Departamento de Estado disse às agências de ajuda aos refugiados que refugiados com viagens agendadas antes de a ordem ter sido publicada poderão entrar no país. Um funcionário do Departamento de Estado disse em um e-mail obtido pela Associated Press que o governo está “concentrando-se em reserva de viagens de refugiados até 17 de fevereiro”, com chegadas sendo retomadas na segunda-feira.
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Apesar da suspensão da proibição de viagens, algumas companhias aéreas retomavam lentamente os embarques dos viajantes dos sete países afetados. A Royal Jordanian Airlines, que opera voos diretos de Amã para Nova York, Chicago e Detroit, disse que retomaria o transporte de pessoas dos sete países desde que apresentassem um visto ou green card válido.
Uma porta-voz da Qatar Airways disse que a companhia aérea começaria a embarcar viajantes do Iraque, da Síria, do Sudão, da Líbia, do Iêmen, do Irã e da Somália. Mas a advogada de imigração Julie Goldberg disse que um representante da Qatar Airways lhe falou que imigrantes dos sete países ainda não estavam autorizados a voar no sábado à tarde. Ela afirmou ainda que um supervisor da Turkish Airlines lhe disse que as pessoas que possuíam vistos de imigrante e não-imigrante dos sete países ainda estavam sendo proibidas a menos que tivessem um e-mail especial do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
Uma garota iemenita de 12 anos, cujos pais e irmãos são cidadãos norte-americanos residentes na Califórnia, foi autorizada a partir depois de “uma hora e meia de discussão” com autoridades, disse Julie. Não estava claro quando ela chegaria ao destino. Segundo a advogada Stacey Gartland, que representa a garota, o pai viajou no avião com ela.
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A Agência Nacional de Notícias do Líbano disse que as companhias aéreas que operam em Beirute começaram a permitir que as famílias sírias e outras pessoas que haviam sido afetadas pela proibição embarquem em voos para os Estados Unidos. Beirute não tem voos diretos para os EUA, por isso os viajantes geralmente passam pela Europa.
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