Retornamos à viagem de navio. As nossas malas já nos esperavam na cabine, pois desde a saída do hotel em Veneza não as víamos mais.
Enquanto a Lizete ajeitava as roupas nos armários, fui dar uma primeira conferida nos ambientes do navio e procurei um bar para tomar a primeira cerveja. Peguei o elevador e fui até o sétimo andar; vi que aquele seria o local que os passageiros mais frequentariam. Ali se localizavam também os restaurantes, as piscinas e a música ao vivo, além de ser permitido fumar.
Sentei-me num banco ao redor do enorme balcão do bar, olhei as cervejas expostas e pedi para o garçom, um simpático americano, uma Foster. Solicitou o cartão de identificação e viu que eu fazia parte do grupo da Liberty e que aquela marca de cerveja, por ser mais cara, não fazia parte daquelas que a seguradora pagaria. Eu disse que não haveria problema em ele me cobrar aquela cerveja.
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A partir daquele momento, descobri que não precisaríamos pagar as cervejas consumidas no navio, desde que fosse a Budweiser, que vinha numa garrafa de alumínio grosso, nas cores vermelha (normal), azul (light) e preta (forte). Cada garrafa custava cinco dólares. A comida no restaurante também estava liberada durante o dia todo. Tínhamos 14 buffets à disposição, com uma comida bastante variada.
Após este rápido reconhecimento do deck, era hora de tomar meu banho e preparar um gostoso chimarrão.
Toda a noite tinha um jantar no deck quatro, por volta das 21 horas, quando toda a delegação dos corretores participava deste espetacular ágape, num amplo salão decorado maravilhosamente com lustres enormes e cheios de detalhes, tapetes finíssimos, dois ambientes distintos, ligados por escadarias que davam um charme todo especial ao ambiente.
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As mesas eram redondas e acomodavam de seis a oito pessoas. O cardápio era variado, composto por entrada, prato principal e sobremesa. O garçom que atendia a nossa mesa era um espanhol muito simpático e brincalhão, sempre com um astral lá nas nuvens. Como contei que eu tinha muita glicose no sangue, toda a comida que me servia falava que era sem açúcar. Inclusive a cerveja. Toda a noite repetia a mesma história, descontraindo os nossos colegas da mesa com suas brincadeiras.
Os fumantes são cada vez mais excluídos em qualquer ambiente que frequentam, e não seria o navio uma exceção, muito menos no salão onde as pessoas se alimentavam. Na nossa mesa havia viciados inveterados, que a toda hora abandonavam o local da janta e davam uma fugidinha para o fumódromo, que se localizava na parte externa do navio. Essa turma enfrentava a fria ventania do mar com muita galhardia, pois o que importava era satisfazer o seu corpo com as doses necessárias de nicotina.
O presidente da Liberty, Luiz Maurette, e sua esposa Mariana, um casal de argentinos muito simpáticos, destoavam completamente daqueles que conhecemos pelo futebol. (Continua)
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