Uma informação que circula por grupos de WhatsApp de Santa Cruz do Sul nos últimos dias referente a uma recomendação sobre como famílias com casos confirmados de Covid-19 devem descartar o lixo doméstico causou dúvidas na comunidade. O material orienta que as famílias “separem os resíduos recicláveis do seu doente e os coloquem em um saco com fita vermelha e pulverizem com desinfetante”.
Informações semelhantes circularam em outros municípios do país e foram desmentidas por órgãos oficiais. No caso de Santa Cruz, a Gazeta do Sul confirmou que a orientação partiu da Cooperativa de Catadores e Recicladores (Coomcat) em uma postagem no Instagram em novembro. A Coomcat atua na coleta seletiva solidária, por meio de uma parceria com o Município.
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A recomendação, porém, não é endossada pela Prefeitura, conforme reconheceu o coordenador do setor de comunicação da cooperativa, Jonathan Santos. Segundo ele, a publicação foi uma “ação isolada da cooperativa, objetivando única e exclusivamente à proteção das catadoras e catadores”. De acordo com Santos, desde o início da pandemia, houve confirmação de apenas um caso de Covid entre os trabalhadores da entidade.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Jaques Eisenberger, no entanto, questiona a eficácia da medida. “Outros resíduos domiciliares, como papel higiênico e curativos, por exemplo, também estão sujeitos a contaminação, não apenas máscaras ou outros materiais utilizados pelos doentes”, alegou.
Na mesma linha, o gerente da Conesul Soluções Ambientais, Ricardo Muradás, disse que uma eventual orientação deveria partir da Prefeitura. A Conesul é a concessionária responsável pela coleta de lixo na cidade. Conforme ele, a empresa adotou uma série de medidas, inclusive a partir de pedidos do Ministério Público do Trabalho, para proteger os funcionários que atuam diretamente na coleta e, até o momento, não houve nenhum caso confirmado.
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