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Vereadores levantam o tom com a Corsan em Santa Cruz

A nova sequência de casos de falta d’água e o reajuste de 4,17% na tarifa da Corsan, decretado pela Prefeitura na última semana, pautaram a sessão desta quarta-feira, 26, da Câmara de Santa Cruz do Sul. Os vereadores voltaram a levantar o tom com a estatal para que solucione, de uma vez por todas, os problemas de abastecimento na zona urbana.

Após as crises que deixaram boa parte da cidade com as torneiras secas na virada do ano, no Carnaval e no feriado do Dia do Trabalho, voltou a faltar água durante toda a última semana. A situação se repetiu na segunda-feira, quando pelo menos nove bairros registraram desabastecimento durante parte do dia, e também no feriado dessa terça.

As críticas na tribuna foram repetidas tanto por vereadores de oposição quanto de situação. Kelly Moraes (PTB) afirmou que a cidade vive “um tormento” e disse que Telmo errou ao autorizar o reajuste. “O prefeito teve a oportunidade de mostrar que está ao lado do povo, mas demonstrou que está ao lado da Corsan”, disparou.

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Luís Ruas (PTB) voltou a defender que o atual gerente da companhia no município, Armin Haupt, seja substituído. “Temos que mobilizar a comunidade e ir para cima, porque estão brincando com a nossa cara”, disse. Já Elstor Desbessell (PTB) alegou que é preciso analisar a legalidade do aumento, já que foi feito por meio de decreto, sem o aval de um ente regulador, como prevê o contrato.

Integrante da base do governo, Bruno Faller (PDT) disse que a situação é insustentável. “Sempre defendemos que o controle da água seja estatal, mas como está, não dá para ficar. Como explicar para as pessoas que chegam em casa e não têm água para cozinhar ou tomar banho?”

O QUE MAIS FOI DITO

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O aumento tarifário é inoportuno e injusto. Santa Cruz não tem o produto e ainda vai pagar mais caro. O prefeito sempre foi mais pró-Corsan do que pró-comunidade.

Francisco Carlos Smidt (PTB)

A Corsan precisa tomar vergonha na cara e atender Santa Cruz. Esse aumento não teria repercussão alguma se o contrato estivesse sendo cumprido.

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Hildo Ney Caspary (PP)

Enquanto o povo digeria o aumento na conta de água, o prefeito cantava Oh Isabella no interior. Será que viver aqui é tão bom assim?

Elstor Desbessell (PTB)

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Vai ter desconto pela falta d’água ou só aumento? A comunidade não se importa em pagar, mas com esse  atendimento não dá.

Mathias Bertram (PTB)

Contraponto

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Após as manifestações na Câmara, o superintendente regional da Corsan, José Epstein, negou que os problemas de abastecimento das últimas semanas tenham ocorrido por deficiência no atendimento da empresa. Conforme ele, os casos foram, em sua maioria, consequência de obras e serviços feitos pela estatal para promover melhorias no sistema, como limpeza de reservatórios, interligações de redes e distribuidores e instalação de registros. “Não tem como fazer melhorias sem essas interrupções, que na maioria das vezes são programadas e, inclusive, anunciadas previamente à população por meio da mídia”, disse. 
Procurada, a Prefeitura não quis comentar as críticas dos vereadores.

ACI volta a defender suspensão do reajuste

Enquanto isso, a Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz reforçou o coro contra o reajuste da tarifa de água. Em nota divulgada ontem, a entidade, uma das mais representativas do município, defendeu que nenhum aumento seja autorizado “antes da efetivação dos investimentos prometidos pela Corsan para sanar os graves problemas de abastecimento na cidade”.

De acordo com o vice-presidente, Lucas Rubinger, os frequentes casos de interrupção no fornecimento de água em bairros e a proliferação de vazamentos são “fortes indicativos de que a Corsan não está cumprindo o planejamento estabelecido no contrato com o município”. “Temos o compromisso de dar voz ao descontentamento de nossos associados, e certamente de grande parte dos cidadãos santa-cruzenses, com essa grave situação que atinge a todos”, disse.

No ano passado, a ACI liderou um levante de entidades que foram ao Ministério Público pedir que a tarifa não fosse reajustada sem que a estatal comprovasse o cumprimento do contrato. Nesta quarta, o promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, informou que o assunto ainda se encontra em análise e pode haver um posicionamento na próxima semana. 

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