Se a intenção do deputado estadual Rodrigo Maroni (PSDB) ao ingressar com um projeto de lei para proibir os rodeios no Estado era, como sugerem alguns, chamar a atenção, conseguiu: o assunto pautou boa parte da sessão desta segunda-feira, 9, da Câmara de Santa Cruz. Pressionados por entidades ligadas ao tradicionalismo, os vereadores aprovaram uma moção de repúdio à proposta.
Defensor da causa animal, Maroni alega que os rodeios geram situações de maus-tratos. Autor da moção, Bruno Faller (PDT) acusou o tucano de ignorar o impacto da tradição sobre a economia e os protocolos voltados à segurança dos animais. “Há todo um cuidado e me parece que tudo isso é ignorado para criar um fato midiático em ano eleitoral”, criticou.
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A votação foi praticamente unânime – apenas Bruna Molz (Republicanos), também ativista da causa animal, optou pela abstenção. Na tribuna, vários vereadores engrossaram o coro das críticas. Ilário Keller (Progressistas), por exemplo, chamou o projeto de “descabido”. “Quem conhece rodeio, sabe que tudo o que ele colocou de justificativa é falso”, alegou. A moção foi apoiada pela Associação Tradicionalista Santa-cruzense (ATS), Piquete Regional da OAB e Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos.
Maroni, por sinal, é um colecionador de polêmicas. Na trajetória dele – além de deputado, foi vereador em Porto Alegre –, já apresentou projetos para que agressores de animais usassem coleiras eletrônicas e fossem submetidos a castrações químicas, por exemplo. Passou por mais de 10 partidos, do Psol ao PSC. Somente no ano passado, trocou quatro vezes de sigla. Quando concorreu a prefeito da Capital em 2020, chamou a atenção por declarações machistas e por cantar a música do personagem He-Man em um debate.
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