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MOBILIZAÇÃO

Vereadoras da região se reúnem e relatam preconceito na política

A região tem 45 mulheres com vagas no Poder Legislativo. Elas foram convidadas a participar, nessa sexta-feira, do 1º Encontro de Vereadoras do Vale do Rio Pardo, organizado pelo gabinete da petebista Nicole Weber. O evento, no plenário de Santa Cruz do Sul, contou com a presença de representantes de Encruzilhada do Sul, Passo do Sobrado, Sinimbu, Candelária e Sobradinho, além das anfitriãs Nicole e Bruna Molz (Republicanos).

De acordo com a proponente, o objetivo é realizar a troca de projetos, compartilhar ações e debater como enfrentar situações cotidianas de preconceito e dificuldades, incentivando a participação na política. “Estamos lutando para sair de uma segunda categoria na sociedade, a começar pelo sufrágio, uma conquista que representou a união de representantes da esquerda e da direita”, afirma Nicole. Ela lamenta que as críticas não se referem ao trabalho legislativo. “Isso mexe muito comigo. As pessoas deveriam estar escutando o que eu digo e não se estou ou não de maquiagem”, aponta.

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A vereadora de Santa Cruz afirma que existem causas especiais, mas as parlamentares, assim como os homens, votam sobre todos os assuntos, o que, entende, é ignorado nas críticas, em especial quando feitas pelos haters (pessoas que odeiam e demonstram isso pelas redes sociais). Quando o conteúdo é considerado inadequado, ela recorre à Justiça. “Fiz 11 boletins de ocorrência neste ano”, afirma.

A situação se repete entre as demais. Cristina Boni, de Encruzilhada, lamenta o fato de ser a quinta vereadora nos 180 anos do município. “Os homens se incomodam de ver a gente se destacando”, critica. De Sinimbu, Kelli Fagundes Sackser conta situação em que foi publicada foto em sua rede social e recebeu o comentário: “Não sabia que para ser vereadora precisava ser modelo”. Como resposta, aponta ações em defesa das mulheres, como a criação do Conselho Municipal e da Procuradoria da Mulher.

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Outro relato que incomodou as participantes foi o de Ginevra Haubert da Silveira, de Candelária. Ela contou sofrer discriminação, também, pelo fato de ser jovem, o que estaria sendo considerado um empecilho para que concorresse à presidência do Legislativo. “Sou a que mais apresenta projetos e indicações e acabo sofrendo preconceito dos colegas”, lamenta. Ela acrescenta que os ataques dos haters, em especial durante a campanha, também foram cruéis. “Cheguei a adoecer. Perdi nove quilos em sete dias”, lembra a vereadora.

Esse tipo de encontro deve se repetir. A sugestão de Cristina Boni é que seja itinerante, visitando outras casas legislativas. A ideia de Nicole Weber é de que uma nova edição já possa ocorrer em fevereiro.

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