Após ser alvo de uma nota de repúdio assinada pelo Fórum em Defesa da Água Pública de Santa Cruz do Sul e pelo Sindiágua RS, a vereadora santa-cruzense Nicole Weber divulgou um novo posicionamento na tarde desta sexta-feira, 12. A petebista solicitou nesta semana, por meio de indicação à Prefeitura, um estudo sobre a qualidade da água fornecida pela Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan), após surto de Doença Diarreica Aguda (DDA) na cidade. A doença é causada pelo Norovírus, que pode ser transmitido pela água.
No posicionamento enviado à imprensa, as entidades acusam a vereadora de “gerar pânico desnecessário”, com intenção de engrossar o coro pela venda da Corsan e consequente privatização do abastecimento de água, e de só ter se preocupado com a questão após sofrer, pessoalmente, com a doença.
Em nota enviada ao Portal Gaz, Nicole Weber classificada a manifestação das entidades de “represália descabida”. “Por que ser contra um estudo mais rigoroso de qualidade de nossa água de consumo?”, afirma a vereadora no comunicado. Ela ainda diz que o pedido de estudo não tem relação com o debate sobre a privatização da água e que, ao fiscalizar a qualidade dos serviços públicos, cumpre o papel para o qual foi eleita.
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Em nota, entidades repudiam suspeitas levantadas por vereadora que pediu estudo sobre a água
Vereadora pede estudo para saber se doença está sendo transmitida pela água da Corsan
Vereadora Nicole e deputado Marcelo têm diagnóstico da DDA
Diante da nota emitida pelo Fórum em Defesa da Água Pública e Sindiágua RS, órgãos que devem agir priorizando a saúde e vida da população, venho, em primeiro momento, deixar claro que a indicação protocolada no último dia 9.11, absolutamente nada tem a ver com a discussão em torno da privatização da água no Rio Grande do Sul, até mesmo porque, como vereadora, não possuo qualquer ingerência sobre esse tema. Nota esta, distorcida e demonstrando, de forma evidente, como ambas entidades colocam interesses políticos acima do interesse coletivo, que tem o dever de visar transparência e segurança na saúde pública, o que perpassa pela qualidade de nossa água.
Meu pedido, o qual reitero nesta nota, tem como único objetivo garantir a segurança, saúde e bem-estar da população santa-cruzense, que tem sofrido com os sintomas debilitantes do Norovírus. Em nenhum momento, eu – que não sou técnica -, afirmei que a contaminação venha da água, contudo, solicitei que tal hipótese, levantada e disseminada pela comunidade médica e 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) seja, sim, averiguada. Como agente pública, tenho o dever e poder de fiscalizar os serviços municipais, especialmente quando existe algum risco para a população.
Ao condenarem tal investigação e acusarem esta vereadora de “leviana” e de tentar “gerar pânico” na população, uma população que já registrou 600 casos de Norovírus apenas na rede pública, – o que caracteriza uma epidemia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) -, as entidades acima mencionadas parecem ir contra os próprios princípios de “responsabilidade com a vida e a saúde das pessoas” que alegam seguir. Afinal, ficam os questionamentos: porque ser contra um estudo mais rigoroso de qualidade de nossa água de consumo? Não consigo compreender.
Na realidade, admira-me, as próprias entidades referidas não solicitarem este estudo após surtos epidêmicos como este e reclamações diárias dos cidadãos de água branca, água marrom, água verde, odores de podre vindo da água, etc. Se o seu pilar enquanto entidades é primar pela vida e saúde das pessoas, qual a coerência de ser contra este pedido da averiguação da qualidade de nossa água? Afirmo: como consumidores da água pública santa-cruzense, TODO e QUALQUER cidadão e cidadã possui legitimidade para questionar serviços públicos.
Se vocês não cumprem esta obrigação enquanto entidades que devem visar a saúde e segurança das pessoas, não tenham a leviandade de atacar a vereadora que tem cumprido com a sua.
Por fim, não estou aqui para agradar todo mundo. Estou aqui para trabalhar pelos muitos cidadãos que depositaram sua confiança em mim através do voto popular, bem como por toda a comunidade santa-cruzense. Apesar de ser uma mulher só apenas “contra” um Golias (entidades e demais órgãos interessados), não tenho qualquer medo de executar meu trabalho ou de notas sensacionalistas. Não sou política, estou política. Sou cidadã, advogada, mãe, e consumidora da água pública, e reafirmo que sempre irei cumprir o meu papel de legisladora, para o qual fui eleita, fiscalizando o que deve ser fiscalizado, ainda que isso desagrade alguns e me gere represálias descabidas como essa. Água potável e de qualidade é um direito da nossa população, e um dos meus deveres como vereadora é lutar pela sua garantia.
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