Um imóvel alugado pela Prefeitura de Santa Cruz no interior está por trás de um caso que vem sendo motivo de rumores nos corredores da Câmara de Vereadores nos últimos dias. A polêmica começou na terça-feira, quando a vereadora Solange Finger (SD) pediu a exoneração de um de seus assessores, Nilson Görck, ao tomar conhecimento de que ele é proprietário da casa onde funciona a Unidade Satélite de Saúde de Linha Nova. Görck atua no gabinete de Solange desde janeiro do ano passado.
Procurada, a parlamentar alegou que só ficou sabendo da situação ao ler a resposta do Município a um pedido de informações da oposição sobre imóveis alugados. Segundo ela, a decisão de demitir foi por temer que isso configurasse uma irregularidade. “Não quero correr esse risco e também não posso permitir que a comunidade fique sem posto de saúde. Por isso, optei pela exoneração”, alegou.
Segundo dados do portal da Prefeitura, o contrato de locação do imóvel por 12 meses foi assinado em março de 2015, com dispensa de licitação. Depois disso, sofreu três aditivos – o último em abril deste ano, que prorrogou o convênio até o ano que vem. O Município paga R$ 500,00 por mês a Görck para utilizar o imóvel. Embora trabalhe no gabinete de Solange, Görck teria sido indicado pelo secretário municipal de Agricultura, Elo Schneiders, que é o titular da cadeira na Câmara. O assessor, porém, não é filiado ao SD.
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A coluna consultou especialistas em direito administrativo que entendem não haver irregularidade, ainda que Görck tivesse um cargo público. Segundo o advogado Henrique Savonitti, Görck estaria impedido de contratar se ocupasse um cargo na Prefeitura, que assinou o contrato. “A menos que ele tivesse alguma influência sobre a contratação”, ponderou.
Görck, que não foi comunicado previamente da exoneração, não foi localizado ontem para comentar o assunto. Já Solange disse que pode voltar atrás caso se comprove que a situação é regular. “Se me provarem por A mais B, eu readmito ele”, disse.
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