Verba dá novo impulso para produção de mel em Santa Cruz

A cooperativa de produtores de mel instalada em Linha Santa Cruz está em expansão. Um incremento de R$ 509 mil, por meio de verba parlamentar viabilizada pelo deputado federal Marcelo Moraes (PTB), vai possibilitar que apicultores de toda a região centralizem sua produção, profissionalizando o processo e permitindo a venda do mel produzido no Vale do Rio Pardo para todo o país.

Atualmente, 29 produtores de mel fazem parte da Cooperativa dos Apicultores Familiares do Brasil (Copromel), que até 2018 chamava-se Associação Santa-Cruzense de Apicultores (ASA). A mudança garantiu à entidade a possibilidade de realizar diretamente a venda do mel produzido em propriedades de Santa Cruz do Sul, Vale do Sol, Sinimbu e Passo do Sobrado.

O presidente da Copromel, Lenio Trevisan, salienta que a nova fase da cooperativa eleva a produção de mel na região a um novo nível. Ele explica que muitos vão poder deixar de vender de forma informal e se profissionalizar no comércio, passando a oferecer um produto certificado e de procedência.

Localizada na Avenida Orlando Oscar Baumhardt, a Copromel realiza no município de São Gabriel o envase da produção de seus associados. Com o incentivo de R$ 509 mil, a coleta do mel das caixas de abelhas, o beneficiamento e o envase serão feitos integralmente em Santa Cruz do Sul. A cooperativa adquiriu equipamentos que permitem um incremento na capacidade de produção, além de um caminhão para coletar as caixas nas propriedades.

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A instalação dos novos equipamentos levará cerca de 12 meses, até que estejam em pleno funcionamento. Com o maquinário operando em capacidade máxima, a Copromel terá uma das maiores linhas de produção de mel do Estado, segundo o vice-presidente da entidade, Claiton Raddatz. Ele informa que, até o momento, apenas uma parte do equipamento já foi adquirida, com capacidade de 1,2 mil quilos por hora.

No futuro, a Copromel poderá inclusive fazer o georreferenciamento de seus produtos, tornando possível detalhar de onde vem cada pote de mel que sai da cooperativa em Linha Santa Cruz. A comprovação do local é um aspecto importante para tipos como o mel da Uva do Japão, que pretende ser distribuído pela cooperativa. “Alguns, como o de laranjeira, por exemplo, podem ser vendidos no mercado com um valor agregado superior. Aqui queremos fazer com a Uva do Japão”, detalha o presidente Lenio Trevisan.

O mercado do mel em alta entusiasma os produtores. Segundo a direção da Copromel, em virtude da pandemia de coronavírus, o incremento nos valores de venda supera o recente avanço do custo da produção. O extrato de própolis, por exemplo, que será produzido pela cooperativa, teve aumento de 800% em sua procura no comércio, segundo publicações especializadas do setor. O quilo do própolis in natura passou de R$ 130,00 para R$ 480,00, enquanto o vidro do produto na venda ao consumidor final subiu de R$ 12,00 para R$ 50,00.

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Impostos para o município
Das 120 toneladas de mel produzidas anualmente na região, cerca de 20 toneladas se destinavam à exportação, deixando menos impostos nos cofres municipais. Com a implementação da nova linha, a Copromel poderá entregar diretamente ao mercado interno, sem necessitar de atravessadores. Segundo a cooperativa, a expectativa é de que a tributação gerada para o município por meio da venda do mel em todo o Estado supere em apenas um ano o total de tributos recolhidos nos últimos 30 anos em que a organização funciona. A intenção também é atender produtores e associações de outras regiões.

Outro projeto que deve virar realidade em breve é a loja da Corpomel, que funcionará na sede da entidade, em Linha Santa Cruz. Além de vender a produção na localidade, a loja servirá para suprir as necessidades dos apicultores com a venda de materiais para a produção.

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