A pandemia de coronavírus resultou em muitos óbitos e problemas na área da saúde. Ao mesmo tempo, a limitação de circulação fez com que as dificuldades na economia fossem agravadas, em alguns casos representando a morte de estabelecimentos comerciais. Um grupo de empresários que sofreu as consequências foi do setor de hotelaria e restaurantes à margem da BR-290, em especial em Pantano Grande, onde os visitantes argentinos costumam fazer parada.
As praias brasileiras, sobretudo as de Santa Catarina, têm se tornado destino no veraneio dos moradores do país vizinho. Cada vez em número maior, utilizam as vias gaúchas para chegar ao litoral catarinense. Com o fechamento da fronteira, em função dos protocolos sanitários, essa passagem foi estancada entre 2020 e 2021. “A gente esperava que fosse se repetir nesse ano, mas não. Eles estão vindo em grande quantidade”, conta Rosane Raabe, proprietária da Pousada Killian.
A empresária frisa que os números ainda não são iguais aos de antes da pandemia, mas já podem ser considerados expressivos. “Na noite passada (sábado) estava lotado e com procura. Teve gente que veio sem reserva e acabou não tendo vaga”, afirma. Ela ressalta que muitos já estão acostumados a parar ali, quando chegam em Uruguaiana já ligam para garantir espaço.
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Rosane está há 22 anos no ramo e vê o público se ampliar, porque os clientes argentinos voltam e fazem questão de falar para os outros, que acabam aderindo ao estabelecimento dela também. E, assim, a movimentação tem sido percebida o ano inteiro, porque muitos possuem casas, apartamentos e até são proprietários de pousadas em Santa Catarina, então fazem o trajeto com frequência. A estada é rápida. Chegam à tardinha, dormem e por volta das 10 horas já partem. “Assim ainda conseguem aproveitar a praia naquele dia”, justifica Rosane.
No sentido contrário, quando estão voltando para a Argentina, eles também aproveitam o local para descansar e seguir o trajeto no dia seguinte. “Quando fecharam a fronteira, muitos tiveram que ficar aqui no Brasil, porque não tinham como entrar no país”, recorda.
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O aumento da movimentação na pousada também é percebido no Restaurante Paradouro Raabelândia. A funcionária Fabiane Napar de Souza conta que os vizinhos voltaram com intensidade. “No ano passado parou, mas neste estão de volta com tudo”, destaca. Conta que eles representam uma importante fatia na receita da empresa. “Na ida para as praias ou no retorno para casa, eles param por aqui”, diz Fabiane.
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