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Vento e granizo devastam lavouras de tabaco no interior de Santa Cruz

Agricultor Orivaldo Fritch calcula a avaria na propriedade que tem 35 mil pés de tabaco

Albino Back fazia o churrasco de domingo, 4, quando, por volta do meio-dia, o tempo começou a mudar. Tamanha foi a formação de nuvens densas que ele chegou a brincar que deveriam ligar as luzes, porque havia “anoitecido”. Durou pouco a descontração. A chuva que se apresentava e era bem-vinda trouxe consigo fortes ventos e muito granizo.

Uma faixa da localidade de Alto Boa Vista foi atingida, parte com mais intensidade pelas pedras de gelo, que caíram no início da tarde e ainda não estavam derretidas por volta das 18 horas, quando a reportagem da Gazeta do Sul esteve na propriedade. À noite, nove horas depois do temporal, ainda podia perceber-se granizo acumulado.

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Em outra área, os maiores danos foram causados por uma espécie de ciclone, que torceu eucaliptos e arrancou telhas de estufas e galpões. Em alguns casos, jogando a, pelo menos, cem metros de distância.
Na propriedade de Back, desolação. A família plantou 40 mil pés de tabaco. Já havia feito o segundo apanhe, mas as folhas de maior qualidade ainda estavam na lavoura. Nada sobrou. Na área onde estavam, apenas a imagem que passava a impressão de uma porção de estacas verdes. No chão, folhas trituradas. “Um terço da plantação estava pronto para a colheita. O restante ainda em fase de crescimento”, contou.

Força do granizo “triturou” as folhas que estavam quase no ponto para serem colhidas. Foto: Alencar da Rosa

Pouco mais de um quilômetro dali, o vento foi forte e o granizo em menor quantidade. Foi possível fazer uma união de esforços para fazer a retirada do que era possível aproveitar. “Lá, nós conseguimos salvar uma parte, mas aqui está tudo moído, destruído”, disse Back. No trajeto para chegar a esse outro local, onde moram familiares, tiveram que usar a motosserra para a retirada de árvores que caíram sobre a estrada.

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Antes dessa situação, o fumicultor tinha a preocupação de que poderia faltar lenha para a secagem de toda a colheita. Agora, tem que pensar em como fará a próxima safra e retomar a produção. “Estava pensando que faltaria madeira. Com isso, vai é sobrar. Mas a vida de produtor é assim. Pode ser boa, mas às vezes dá esse tipo de situação, que acaba com tudo”, lamenta.

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Arrancou telhado

Não foi só na casa de Albino que o almoço de domingo foi interrompido. Sentando à mesa para comer, Rosane e William Back perceberam o vento e as pedras. “Estávamos começando o almoço quando veio a chuva, daí veio o pior. Nem continuamos. Muito tabaco foi atingido e parte do galpão teve o telhado arrancado. Também tirou telha do forno, onde estava secando o produto, que ficou molhado com a chuva”, relata Rosane.

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Com o pai dela, Orivaldo Fritch, a propriedade tem 35 mil pés de tabaco plantados. Assim como Albino, já haviam feito o segundo apanhe e encaminhavam para logo dar continuidade à retirada do produto da lavoura. Em poucos minutos, a propriedade foi avariada.

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“Tem que levantar a cabeça e trabalhar de novo”, diz Orivaldo. Não é a primeira vez que devem receber essa injeção de ânimo. No ano passado, em menor quantidade, também tiveram prejuízo em decorrência da instabilidade climática. “Aconteceu, tivemos problemas com os galpões, mas estava mais no final da colheita do tabaco”, recorda Rosane.

Seis horas depois, granizo ainda estava acumulado na propriedade de Back. Foto: Alencar da Rosa

Danos em Monte Alverne

Na região de Monte Alverne, uma família precisou ser socorrida pela Defesa Civil da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmob) de Santa Cruz do Sul, no início da tarde desse domingo. Diante dos chamados, a prefeita Helena Hermany determinou que o sistema de defesa social municipal fosse ativado para resolver a situação.

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A equipe foi acionada pelo telefone 153. Ao chegarem no distrito de Monte Alverne, os agentes constataram que a residência havia sido destelhada. Devido aos obstáculos na estrada, a Defesa Civil precisou utilizar rotas alternativas para prestar o atendimento. A família atingida recebeu lonas para cobrir o imóvel.

Com o recebimento de chamados sobre o bloqueio da via, causados pela queda de árvores e postes, a Guarda Municipal, o Corpo de Bombeiros e a RGE também foram chamados para desobstruir o trajeto.

Saiba mais

De acordo com a estação meteorológica da Gazeta, nesse domingo, a temperatura mínima foi 21 graus e a máxima chegou a 29 graus em Santa Cruz. Foram registrados ventos de 32 quilômetros por hora na região central, com precipitação de 15,8 milímetros. Sexta-feira teve a maior temperatura, com 37,7 graus e ventos de 46 quilômetros por hora.

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