O conflito na Venezuela – e a iminência de uma intervenção militar estrangeira, como opção para derrubada de Maduro –recoloca na ordem do dia o tema do imperialismo.
Por motivações geopolíticas e econômicas, potências estrangeiras periodicamente impõem práticas ditas civilizatórias e regimes políticos aos demais povos. Através de ações prepotentes e arbitrárias, militares, quase sempre.
Em 1870, na administração do primeiro-ministro Benjamin Disraeli (1804-1881), o fortalecimento e a expansão do império colonial britânico consolidaram o termo “imperialismo”, já de significado pejorativo. Tocante à solução do grave caso venezuelano, ainda há tempo para conter possíveis aventuras bélicas e valorizar o clássico mandamento do direito internacional que preconiza “o princípio da livre autodeterminação dos povos”.
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Mas se há evidente incapacidade do próprio povo venezuelano, então, como agir e mobilizar uma reação? Pior: quem acredita e confia nos Estados Unidos?
Desde o episódio da queda das torres gêmeas nova-iorquinas, alimentou-se a esperança de que as autoridades norte-americanas (e seu povo!) reavaliassem e cessassem suas práticas intervencionistas. Ilusão.
Os EUA se constituem no grande império econômico-bélico, sem precedentes na história. Significa que se dispõe a pagar o preço e o custo da hegemonia, inclusive com vidas humanas, próprias ou de outras nações.
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Regra geral, os norte-americanos têm promovido uma ocupação cultural e financeira, mas essencialmente sob o signo de seu aparato bélico. Então, dada sua natureza intervencionista, não se limitará às suas expostas (e pretensas) razões de combate ao terror e às tiranias (como Maduro), mas incidirá na redefinição dos papéis globais e dos territórios de dominação.
Irônica e cinicamente, os EUA sempre realizam um discurso pretensamente pacifista, humanitário e universalista, concomitantemente com suas práticas intervencionistas de natureza econômica e militar.
Seu histórico e práticas habituais confirmam seus evidentes desejos e interesses de controle dos recursos naturais e a tutela política de países periféricos. Porém, a justificada desconfiança em relação aos Estados Unidos não isenta a canalhice de Maduro, nem adia a urgência de sua renúncia.
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Como principal destino (e esperança) dos refugiados venezuelanos, cabe ao Brasil e à Colômbia a liderança política e pacífica para convencer Maduro acerca do fim do seu governo. Maduro é só mais um melancólico exemplo, entre tantos, da inesgotável capacidade da América Latina em produzir líderes demagogos e populistas. Que sina!
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