A aplicação de um veneno em lavouras de soja vem tirando o sono de produtores de uva na localidade de Linha Tupi, interior de Sobradinho. A situação vem ocorrendo há mais de três anos e causando sucessivos prejuízos nos parreirais. Na safra deste ano, os prejuízos ainda não foram contabilizados, mas as perspectivas não são nada boas, como afirmaram o casal Elson e Valdete Busato, durante entrevista ao Giro Regional desta quinta.
Elson, que foi presidente da Associação dos Vitivinicultores de Sobradinho (Avitis) por seis anos, explica que o caso vem ocorrendo não somente com ele, mas com outros colegas. “Esse veneno, o 2-4D está sendo aplicado fora de época. E o vento forte acaba levando para vários quilômetros de distância, atingindo não somente os parreirais, mas também as pessoas e o meio ambiente”, comenta, afirmando que essa é a terceira vez em que são atingidos pelo veneno.
Como comparativo, acompanhado de um extensionista da Emater-RS/Ascar, Elson lembra que na safra de 2012, quando ainda não havia sido aplicado o veneno nas redondezas, a produção foi de uva chegou a 29,8 mil quilos. No ano seguinte, com a primeira aplicação, a safra foi prejudicada e a produção caiu para 19 mil quilos. Em 2014, caiu novamente, para 13,3 mil quilos. “Esse ano não temos a minima noção. Ainda é cedo para ver os danos”, avalia.
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Conforme Valdete, o correto seria a aplicação do veneno nas lavouras de soja no mês de julho. Ela lembra que o produto pode até causar cancer nas pessoas. “Desse jeito a produção de uva vai entrar em extinção, como ocorreu em Pinhal Grande. Os agricultores de soja tem que procurar uma pessoa técnica para que seja feita a aplicação no período correto”, comenta. A família procurou a Promotoria Pública, que deve investigar o caso.
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