Vendas para a Páscoa melhoram, mas não superam o pré-pandemia

Faltando menos de duas semanas para a Páscoa – neste ano é celebrada em 17 de abril –, as vendas dos produtos mais procurados para presentear, como ovos de chocolate, ainda estão em ritmo lento. A expectativa é de que os negócios fiquem um pouco acima do registrado em 2021, mas sem superar os números anteriores à pandemia.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas voltadas à data deverão totalizar R$ 2,16 bilhões este ano, representando um aumento de 1,9% em comparação a 2021. Caso seja confirmada a previsão, ainda assim o resultado ficará 5,7% abaixo do alcançado antes do início da pandemia, em 2019, que foi de R$ 2,29 bilhões.

Dados da CNC destacam também que a valorização do real viabilizou o aumento da importação de chocolates, que avançou 8% (1,43 mil toneladas) em relação ao ano passado. Apesar de o número ainda estar aquém das 1,87 mil toneladas de chocolates trazidas em 2019, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, diz que o volume de importação de produtos típicos costuma ser um importante indicativo da expectativa do varejo para a data. “Ainda não alcançamos a recuperação plena, mas o crescimento mostra que seguimos no processo de retomada.”

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Aceleração na última semana

Nos supermercados da região, o ritmo de vendas é lento, conforme Celso Müller, presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros) dos vales do Rio Pardo e Taquari. O empresário salienta que a expectativa é de crescimento.

Ainda segundo Müller, os consumidores têm o hábito de procurar pelos itens mais perto da data. “Estamos vendendo, mas muito lentamente, porque o costume do brasileiro é deixar para a última hora. Vamos vender mais na última semana, e por incrível que pareça, nos últimos três dias”, completa.

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Entre os maiores consumidores de chocolate

O economista e professor do Departamento de Gestão e Negócios da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Heron Sergio Moreira Begnis, fala que a primeira razão que influencia na elevação dos preços dos produtos da Páscoa é a própria expansão da demanda pelo chocolate, que é típica nesta época. “Chocolates em formatos de ovos requerem maiores custos de processamento e fabricação, além de utilizarem mais matéria-prima nas embalagens e terem uma logística mais complexa e cara em razão da fragilidade e da relação peso/volume – grande volume e baixo peso.”

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Além disso, Begnis acrescenta que o chocolate tem na composição leite e gorduras vegetais, além, é claro, do cacau, que é uma commodity internacional. “Todos esses componentes, mais as embalagens plásticas derivadas de petróleo e o frete, tiveram aumento nos seus preços. Por isso, e por mais que as fábricas reduzam suas margens, ainda resulta em preços mais elevados ao consumidor final.”

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De acordo com o professor, o mercado consumidor brasileiro é consideravelmente grande e qualquer variação no volume de vendas representa um montante monetário considerável. “O Brasil está entre os maiores consumidores de chocolate no mundo. E as datas comemorativas, especialmente a Páscoa, representam picos de venda.”

Para o especialista, o aumento previsto nas vendas este ano em relação a 2021 é reflexo da amenização da pandemia. “O retorno ao convívio social e às atividades geradoras de renda possibilita uma condição de expansão da demanda por chocolates e ovos de Páscoa. Mas a queda do poder aquisitivo do brasileiro em virtude da inflação verificada nos últimos meses tem efeito sobre o consumo de itens não essenciais, como os ovos e os chocolates de Páscoa. O consumidor passa a ser mais cauteloso e seletivo em suas compras”, observa.

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