Vendas online se estabelecem também na realidade local e regional

Que a pandemia mudou muita coisa na vida do ser humano, todos já sabem. Não é novidade que muita gente precisou se reinventar – palavra que já está gasta depois de tanto uso. Contudo, nenhum outro termo representa melhor o que o comércio precisou fazer. O que em muitos estabelecimentos já acontecia teve de se fazer ainda mais presente e, hoje, as vendas online se estabeleceram de vez.

Supermercados e lojas aderiram a sistemas como sites ou até mesmo à realização de vendas via redes sociais ou WhatsApp. Basta enviar uma foto, negociar, realizar o depósito ou o Pix e tudo está feito. Foi durante a pandemia, em maio de 2021, que as Lojas Afubra implantaram o e-commerce, que, segundo a gerente do setor, Janine Kirinus, já teve expansão e planeja atuação em ainda mais estados. “Atuamos inicialmente nos três estados do Sul e agora ampliamos para São Paulo e vamos expandir para o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais.”

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Janine salienta que o projeto do e-commerce estava engavetado e durante a pandemia, devido ao fechamento das lojas, foi visto como uma necessidade. “Retomamos o projeto para ser um complemento e não um concorrente de nossas 29 filiais. A questão do online não era se a gente ia trabalhar, mas quando”, completa. A adesão dos clientes com a plataforma está dentro do esperado. Além do site, a Afubra trabalha com vendas pelo WhatsApp, outro modelo de negócios que veio para ficar. 

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz, Ricardo Bartz, menciona que a entidade percebeu um indicativo de que várias empresas aderiram mais ao ambiente online. “Muitas operações já tinham um relacionamento forte nas redes sociais com seus clientes e acabaram intensificando as vendas através desses canais. E, com certeza, devido à necessidade, isso acabou se fortalecendo por conta da pandemia.”

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A credibilidade auxilia nas vendas

Para o proprietário da Bom Sono Colchões, Paulo Kist, as vendas online, quando são feitas por sites, ainda prejudicam. Isso porque, segundo o empresário, muitas pessoas optam por adquirir em outras lojas espalhadas pelo Brasil, mas que às vezes não têm tanta qualidade. “Não temos site de vendas, mas hoje a venda online, para nós, continua prejudicando. O pessoal vem na loja, olha o produto, vai ver em algum site e compra.” 

Contudo, durante a pandemia, Kist viu crescer os chamados via redes sociais e WhatsApp. De acordo com o proprietário da loja, embora não tenha site, esse modelo de vendas a distância, utilizando aplicativo de mensagens, com troca de fotos dos produtos entre vendedor e cliente, permanecerá como uma herança dos tempos em que os estabelecimentos precisaram fechar. “Isso funciona muito bem. As pessoas já conhecem nossa loja, que está fazendo 30 anos; eles têm confiança e utilizam esse meio. Teve cliente que já comprou colchão só por foto”, observa.

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Hábito leva ao surgimento do neoconsumidor

Professor mestre do curso do Departamento de Gestão de Negócios e Comunicação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), André Kohl explica que há um novo tipo de consumidor no mercado, que chama de neoconsumidor. “Ele é muito mais conectado, mais informado. As pessoas adquiriram o hábito de comprar os mais variados produtos pela internet, desde alimentos a até automóveis.”

Segundo ele, muitos estabelecimentos que estavam procrastinando ir para o ambiente virtual foram acelerados pela pandemia, por uma questão de sobrevivência. “Podemos perceber que houve um aumento em nível de concorrência. Antigamente não havia um volume tão acentuado no ambiente virtual e a grande maioria dos estabelecimentos foram, através de e-commerce, marketplace ou através de uma venda pelas redes sociais, Facebook, Instagram, Whats. Afinal, quando a gente fala em negócios virtuais, a gente não se restringe a um ou outro modelo, é um portfólio bem amplo.”

Kohl: concorrência se tornou mais ampla

Com uma concorrência mais ampla agora, é necessário que os comerciantes repensem os seus negócios. “As empresas precisam se diferenciar umas das outras, tentar de alguma forma agregar valor para seu produto, se diferenciar dos concorrentes, buscar mercados inexplorados”, salienta o especialista. 

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Uma vez já inseridos nesse ambiente, Kohl frisa que os próximos passos são a profissionalização, a criação de indicadores, pensar em tempo de entrega e qualidade do produto, além de prestar atenção à satisfação do cliente. O comércio local, de acordo com ele, se diferencia pelo fato de o consumidor poder experimentar o produto e também pelo imediatismo; mesmo assim, é preciso se reinventar. “Hoje, as empresas físicas têm que ser inovadoras, ter uma vitrine atrativa, um layout de espaço de loja adequado, porque, às vezes, seu concorrente não está no mesmo quarteirão e sim no mundo virtual”, acrescenta.

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