Produtores de tabaco do Vale do Rio Pardo aguardam pela valorização do preço do produto vendido atualmente às indústrias. A comercialização da safra 2022/2023 teve início entre janeiro e fevereiro deste ano, com intensificação, principalmente, nas últimas três semanas do mês de março. Nos três Estados do Sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul –, a média comercializada chega a 31,20%. A expectativa é de que o período de vendas às indústrias seja encerrado em junho.
LEIA TAMBÉM: Safra do tabaco deve render mais de R$ 11 bilhões aos produtores
Conforme dados parciais da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), até a última semana, a safra estava 29% comercializada no tipo Virgínia, 52,80% no Burley, e 57,80% no Comum. Em virtude das vendas estarem no início, a entidade informou que ainda não é possível fazer uma avaliação mais concreta sobre o andamento da comercialização – se está dentro do esperado ou não.
Publicidade
O início das vendas causa incerteza nos produtores em relação ao preço. Na propriedade de Sílvio Laureno Haas, de 49 anos, em Max Bruns, interior de Passo do Sobrado, cerca de mil arrobas do tipo Virgínia ainda estão no paiol, à espera de valorização. “Vizinhos comentaram que venderam bem o tabaco no início do ano, mas, agora, as vendas estão em baixa”, disse.
Haas elencou o alto custo que teve com a produção como justificativa para a espera de valorização. “Eu vendi 60 arrobas, mas o restante vou vender mais tarde.” O produtor comercializa para fumageiras de Venâncio Aires e acredita em uma melhora nos próximos meses. “A primeira venda foi dentro do esperado. Agora, espero que fique no patamar semelhante ao ano passado, ou, até melhor”.
LEIA TAMBÉM: Tabaco lidera lista de produtos mais vendidos do Rio Grande do Sul no 1º bimestre
Publicidade
Diferente do cenário de Sílvio, na propriedade de Jorge Matias Reckziegel, de 56 anos, morador de Linha 17 de Junho, interior de Venâncio Aires, a comercialização tem ficando dentro da expectativa. Reckziegel relatou ter vendido 25% da safra. “Vendi tudo na categoria BO1, no mês de fevereiro. O restante, cerca de 450 arrobas de tabaco, vou negociar na semana quem vem.”
Nessas primeiras tratativas, ele considerou que o preço está satisfatório. “Foi até um pouco acima da classe. Quanto ao preço da tabela, o reajuste ficou em torno do custo de produção, mínima coisa abaixo, mas estão compensando na classificação”, pontuou. Em relação a danos nas lavouras, a Afubra deve pagar R$ 180 milhões em auxílio, no total.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz, Sérgio Reis, a insegurança do produtor quanto à tabela de preços foi um dos motivos que fez com que o produto ficasse mais tempo no paiol, acontecendo essa aceleração nas vendas neste mês. “Chegamos a um acordo apenas com a JTI na questão do preço do tabaco. Com as demais empresas ficamos na expectativa pela avaliação de custo de produção”, disse. O valor atual pago pela Japan Tobacco Internacional (JTI) é de R$ 20,80 o quilo do tabaco tipo BO1.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Exportações gaúchas caem, mas tabaco tem segundo maior faturamento da indústria em fevereiro
A estiagem que afetou o Vale do Rio Pardo deve causar reflexos na comercialização. Conforme o presidente, a entidade vem notando que as fumageiras têm priorizado o tabaco das regiões baixas como Santa Cruz, Venâncio Aires, Vale do Sol e Passo do Sobrado, menos afetadas pela falta de chuva, o que ocasionou uma melhor qualidade do produto. “Isso causa, por exemplo, preocupação aos produtores de Herveiras, Sobradinho e Gramado Xavier, que compõem a região alta, e pode afetar o entendimento, lá na frente, quanto a classificação e valorização do tabaco”
LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS NO PORTAL GAZ
Publicidade
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
This website uses cookies.