As próximas semanas estarão entre as mais movimentadas deste 2020 tão difícil de assimilar. Quis o acaso que em pleno contexto de pandemia o Brasil vivenciasse, neste segundo semestre, uma nova eleição em âmbito de município. E se até agora, por conta das decisões da área da saúde, todos os demais eventos ou acontecimentos públicos e privados tiveram de ser adiados, cancelados ou postergados, no que concerne às eleições não foi isso que se verificou. Todo o resto pode esperar, mas a sucessão municipal, pelo visto, lá pelas razões ou justificativas que a justiça eleitoral encontrou, é inadiável. Que assim seja, então, e que a sociedade pague o preço que tiver de pagar, e que talvez pode nem ser muito barato, se alguma coisa não se comportar como previsto ou esperado em termos de coronavírus.
Uma vez que o calendário do pleito está mantido, na última quarta-feira teve-se as definições dos nomes dos candidatos que postularão os cargos majoritários nos municípios. Em Santa Cruz do Sul, como a Gazeta do Sul noticiou na quinta-feira, a eleição será histórica também pelo fato de ter nada menos do que sete chapas concorrendo, maior número desde a reabertura democrática em 1985. A se considerar que, além da ampla nominata, a campanha será muito mais concentrada do que em pleitos anteriores, já se pode ter dimensão de quanto, em todos os ambientes sociais, será acirrado o esforço para conquistar ou convencer eleitores, e certamente utilizando as mais variadas estratégias.
O que exigirá da população atenção redobrada em relação a artimanhas ou subterfúgios de dispostos em sobressair com informações ou dados nem sempre confiáveis. Isso já pôde ser medido na quinta-feira, quando circulou em grupos de WhatsApp, o terreno por excelência de fake news e adulterações de conteúdo, uma suposta pesquisa eleitoral, que se revelou falsa. Quantas tentativas mais, a cada dia, serão feitas por fraudadores e falsificadores? Fica dessa experiência, e já desde o primeiro momento que se seguiu à definição das chapas, a constatação de quanto as pessoas devem buscar informações e conteúdos sérios e confiáveis, baseados em fontes reais, comprometidas, e não no charco das mídias sociais e dos grupos de compartilhamento rápido.
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Afinal, uma eleição, a definição de novos comandantes nos municípios, é tarefa séria demais: se o Brasil é famoso no mundo (para nosso constrangimento) por seu quadro de corrupção, é porque eleitores têm votado de forma recorrente em nomes não confiáveis. Foram eles, os eleitores, que fizeram suas escolhas equivocadas, confiando muitas vezes em fake news, lábia fácil, e esperando depois que isso se converta, como passe de mágica, em um eleito idôneo no exercício do poder. Ali já será tarde. Melhor pensar bem agora, enquanto os votos ainda não foram depositados nas urnas. Para isso, ler, ouvir, informar-se, é nada menos do que fundamental, vital.
Bom final de semana. E já vale prestar atenção nos candidatos.
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