Saúde e Bem-estar

Venâncio Aires tem casos suspeitos de varíola dos macacos e cria plano de contingência para a doença

O secretário de Saúde de Venâncio Aires, Tiago Quintana, anunciou nesta semana que o município elaborou um plano municipal de contingência para atendimento da monkeypox, popularmente conhecida por varíola dos macacos. A capital do chimarrão teve, até esta terça-feira, 30, três casos suspeitos – um já foi descartado e outros dois aguardam resultados.

Os pacientes não tiveram contato entre si. Um deles é venâncio-airense e chegou recentemente de outro município. Mesmo sem a confirmação de casos, o plano visa nortear as ações no município, a partir de protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A ação elenca cuidados básicos e efetivos para reduzir o risco de contaminação e transmissão do vírus. Além disso, de acordo com o secretário, Venâncio segue as orientações da Coordenadoria Regional de Saúde.

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Conforme a enfermeira do Setor de Vigilância Epidemiológica, Carla Lili Müller, a varíola dos macacos é considerada uma zoonose viral, ou seja, é causada por vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais e entre pessoas contaminadas. A transmissão ocorre por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados.

A maior parte dos quase 3,5 mil casos confirmados no Brasil até agora, tem relação com o contato íntimo, como interações entre parceiros sexuais ou pessoas que moram na mesma casa. A transmissão via gotículas respiratórias usualmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado pelo vírus e outras pessoas. Entre as orientações, conforme destaca a enfermeira, está o alerta para o período de transmissão que perdura até a cicatrização completa de todas as lesões de pele ou mucosas. O período de incubação é de seis a 16 dias, podendo se estender até 21 dias.

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Manifestações clínicas

Segundo Carla, a infecção pode ser dividida em dois períodos: o período febril (até o quinto dia) caracterizado por febre, cefaleia intensa, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nas costas, dores musculares e falta de energia. Já o período de erupção cutânea (entre um e três dias após o início da febre) é quando aparecem as primeiras lesões na pele, geralmente começando no rosto e depois para o resto do corpo.

As áreas mais afetadas são a face (em 95% dos casos), as palmas das mãos e as plantas dos pés (em 75% dos casos). Também são afetadas as mucosas orais (em 70% dos casos), genitália (30%) e conjuntiva (20%), bem como a córnea. Os sintomas da infecção pelo vírus costumam durar de duas a quatro semanas e os casos mais graves costumam acontecer em crianças e pessoas com deficiência imunológicas.

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Diagnóstico da varíola dos macacos

O diagnóstico da varíola dos macacos pode ser feito pelo profissional de saúde por meio da avaliação do histórico de saúde, vínculo epidemiológico e sintomas apresentados. A confirmação, no entanto, acontece no Lacen-RS. A coleta é feita por meio do exame PCR, a partir de uma amostra da secreção da ferida, seguido da técnica de sequenciamento.

Para o tratamento dos pacientes confirmados, mas com quadro estável, é recomendado que seja prescrito acompanhamento médico, controlando dor e coceira, cuidados de higiene na área afetada, além da orientação ao paciente em relação ao isolamento domiciliar até o desaparecimento das crostas. Geralmente, a doença evolui sem gravidade, porém podem acontecer algumas complicações, como a infecção das lesões, que podem causar problemas mais sérior.

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O isolamento pode ser realizado em domicílio, com cuidados de precaução de contato com as lesões e gotículas – não compartilhar objetos, usar máscara e evitar contato com as lesões do paciente. Dormir em quartos separados, lavar as roupas separadas dos demais. Já os contatos com a pessoa contaminada, que não apresentarem sintomas, não necessitam de isolamento e aqueles que desenvolverem sintomas deverão ser avaliados e seguir rotina para casos suspeitos.

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