A bebida símbolo e o prato típico do Rio Grande do Sul são anfitriões de um evento que ganha destaque estadual em 2020. A 2ª edição do Festival do Churrasco e Chimarrão celebra as tradições gaúchas em Venâncio Aires, entre os dias 24 e 26 de abril.
A festividade ocorrerá no Parque Municipal do Chimarrão e oportunizará aos visitantes programações culturais e gastronômicas, regadas à bebida amarga mais adorada pelos gaúchos. Neste ano, o evento é organizado pelo Rotary Club Chimarrão em parceria com a Administração Municipal e a expectativa é de levar centenas de pessoas para apreciar o já tradicional “Costelão do Rotary”, que chegará à 6ª edição, onde mais de 100 costelões serão assados.
A expectativa do Presidente do evento, Eduardo Heisler, é de que em 40 dias a programação esteja fechada com shows, apresentações e atrações voltadas para todas as idades. “Queremos ofertar um festival para as famílias, com programações que encantem os pequenos e também jovens e adultos. Estamos trabalhando para fechar as atrações tanto musicais quanto de exposições, feira comercial e um espaço kids para a diversão das crianças.”
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Em parceria com a Secretaria de Cultura, O Rotary trabalha em uma Lei de Incentivo à Cultura (LIC) que visa organizar um Festival de Música Gaúcha durante os três dias de evento. “Será uma oportunidade de novos cantores mostrarem o trabalho deles e de termos em nossa cidade grandes nomes da música tradicionalista”, afirma Heisler.
Mais do que celebrar a cultura gaúcha, o Festival marca a data de 24 de abril, dia oficial do Chimarrão, instituído pela lei estadual 11.929. Conforme a história, o consumo de chimarrão se tornou conhecido com a chegada dos espanhóis às terras da América do Sul. Porém o uso da Ilex Paraguariensis, mais conhecida como erva mate, já era tradição entre os índios Guarani que preparavam uma bebida parecida como a forma que consumimos hoje o Chimarrão.
Oriundo do Pampa, a descoberta do churrasco também é atribuída aos índios que assavam a carne ao ar livre, em uma fogueira sobre pedras. Atualmente, Venâncio é considerado importante Polo de Proteína do Estado, sendo o 2º município do Rio Grande do Sul em abate de bovinos. As culturas ultrapassam gerações e seguem presentes no dia a dia dos gaúchos e também de diversos outros estados do Brasil.
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O Festival de 2020 pretende atrair visitantes de outros municípios, não somente da região dos Vales, mas de outras localidades do Estado. Reconhecida como Capital Nacional do Chimarrão, Venâncio Aires, possui atrações turísticas rurais que atraem excursionistas ao longo do ano, bem como atrações como a Igreja Matriz São Sebastião Mártir, a segunda maior em estilo neogótico da América Latina, a Figueira Centenária e o Mirante que ofertam momentos de descanso e contemplação da natureza da região serrana.
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História e a relação com os símbolos gaúchos
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Venâncio Aires era habitado por índios, que costumavam se localizar nos vales dos rios e arroios. No século XVIII as autoridades portuguesas estimularam o povoamento do solo do Rio Grande do Sul, concedendo sesmarias aos colonizadores.
Os primeiros ocupantes da região foram luso-brasileiros e escravos e agregados, que desenvolviam atividades como a pecuária extensiva, o extrativismo de madeira e erva-mate e o plantio para consumo próprio. Eles se localizaram nos vales do Rio Taquari e seus afluentes, arroios Sampaio, Castelhano e Taquari-Mirim.
A partir de 1853, alguns donos de sesmarias passaram a lotear as terras, transformando-as em colônias exploradas por imigrantes e descendentes de alemães. Estabelecidos preferencialmente no vale do arroio Sampaio, eles se dedicavam à agricultura e foram responsáveis pela criação de sociedades que existem ainda hoje como espaço de integração, entretenimento, cultura e lazer nas colônias.
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Os italianos, embora menos numerosos que os portugueses e alemães, também se fixaram no município. De 1809 até a emancipação, a área onde está o município pertenceu a Rio Pardo, Triunfo, Taquari e, finalmente, Santo Amaro – hoje distrito de General Câmara.
Inicialmente conhecida como Faxinal dos Fagundes, depois Faxinal dos Tamancos e Freguesia de São Sebastião Mártir, a localidade foi elevada à categoria de vila em 30 de abril de 1891, já com o nome de Venâncio Aires, obtendo autonomia político-administrativa através do Ato nº 371, assinado pelo então vice-governador Dr. Fernando Abbott. E, em 11 de maio do mesmo ano, foi instalado o município de Venâncio Aires.
O nome foi dado pelos republicanos rio-grandenses em homenagem ao advogado abolicionista e precursor das ideias republicanas Venâncio de Oliveira Ayres, nascido em Itapetininga, São Paulo, e radicado no Rio Grande do Sul.
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