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MEGAOPERAÇÃO AFLUÊNCIA

Venâncio Aires era a “lavanderia” de organização criminosa alvo da polícia

Foto: Alencar da Rosa

empresário preso

Empresário preso em megaoperação

Eram 6h11 dessa quinta-feira, 30, quando o alarme soou em um imóvel de luxo na Rua 262, no Bairro Santa Tecla, em Venâncio Aires. O alerta de que alguém estava tentando entrar na casa veio acompanhado de gritos. “Polícia! Abre a porta!” O barulho ecoou pela vizinhança e contrastou com um minuto antes, quando o delegado Vinícius Lourenço de Assunção, o comissário Paulo Roberto Ullmann e três agentes das delegacias da Polícia Federal (PF) de Caxias do Sul e São Borja descarrilharam o portão da propriedade em silêncio total, para adentrar o amplo terreno sem serem notados pelos moradores. No local, reside um dos alvos da megaoperação Afluência, deflagrada pela PF de Santa Cruz do Sul e Polícia Civil de Venâncio Aires.

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A Gazeta do Sul acompanhou de perto todos os desdobramentos da ofensiva, que mirou uma organização criminosa que comanda uma rede de contrabando especializada em crimes como lavagem de dinheiro e descaminho de mercadorias, principalmente bebidas. Foram executados 50 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e 22 medidas cautelares substitutivas de prisão, além de decretos judiciais de sequestro de 133 veículos e 30 imóveis – bens avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões – e o bloqueio de valores depositados em contas dos investigados e de empresas.

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A lavanderia

Preso no imóvel de luxo no Bairro Santa Tecla, o homem de 29 anos é empresário do ramo da construção civil em Venâncio Aires. Conforme as investigações, ele estaria utilizando sua empresa para fazer girar o dinheiro obtido com a venda de bebidas trazidas ilegalmente ao País, por meio da organização criminosa alvo da ofensiva. No entanto, esta não foi a primeira vez que as forças de segurança cumpriram uma ordem judicial tendo ele como alvo.

Em 24 de outubro do ano passado, o homem teve quatro armas de fogo apreendidas: uma pistola calibre 380; uma pistola 9 milímetros; um revólver Magnun, calibre 357, e uma espingarda semiautomática, calibre 12. Na oportunidade, a ação da Polícia Civil foi realizada após circular pela internet um vídeo em que ele aparecia dando tiros com uma espingarda calibre 12.

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Além dele, outro empresário, de uma revenda de veículos, que tem 32 anos, foi capturado no Bairro União. Já um empresário do ramo de cigarros, de 56 anos e morador do município, terminou preso no litoral gaúcho, em Arroio do Sal. Um outro alvo não foi localizado, e a suspeita é de que esteja fora do País. Conforme as apurações, a lavagem de dinheiro chegava a cerca de R$ 100 mil por dia.

“Esta é uma quadrilha extremamente organizada, que agia em quatro estados e tinha o seu centro financeiro aqui na nossa região. Podemos dizer que a grande ‘lavanderia’ da organização era em Venâncio, pois o líder do grupo, que mora em Lajeado, mantinha uma relação com empresários conhecidos da nossa cidade. Estes tinham negócios prósperos enriquecidos de uma maneira que causou estranheza”, comentou o delegado Vinícius Lourenço de Assunção.

“Montavam empresas em Venâncio com grande injeção de recurso advindo de ilícitos. Tem empresa que em 2019 tinha quatro veículos na frota e hoje está com 130. São pessoas que ostentavam mostrando um patrimônio elevado, adquirido com pouco tempo de negócios, como foi o caso desse empresário da construção civil”, frisou. No início da investigação da Polícia Civil de Venâncio, ventilou-se a possibilidade de que esses empresários tivessem alguma ligação com o tráfico de drogas. “Chegamos à conclusão que essas pessoas estavam realizando o descaminho de bebidas alcoólicas, crime de atribuição da PF; por isso, compartilhamos as informações com eles”, complementou.

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“Esses empresários ostentavam muita riqueza, apareciam muito nas redes sociais, com viagens, carros de luxo. Por isso, essa operação foi bastante exitosa em Venâncio, local onde o proveito econômico obtido pelo crime era auferido, através das empresas que foram constituídas e lavavam dinheiro originário da entrada ilegal de bebida alcoólica no País”, salientou o delegado Paulo César Schirrmann.

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