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Veja quem são os sete candidatos que disputam a Prefeitura

É em meio a um momento sem precedentes na história mundial e após um ciclo turbulento da política local, com denúncias que levaram à cassação de três vereadores e renúncia de outro, implosões de alianças de décadas e uma intensa migração de lideranças entre partidos, que Santa Cruz do Sul viverá a eleição municipal mais disputada desde a redemocratização. Com sete candidaturas e sem favoritismos evidentes, a expectativa é que os 45 dias de campanha sejam agitados.

Além da pulverização, o que só havia ocorrido no período em que vigorava o sistema das sublegendas (em que um mesmo partido podia indicar mais de um candidato a prefeito), os candidatos ainda terão que enfrentar a resistência de parte da população em comparecer às urnas devido às restrições de contato social, o que pode elevar as abstenções. Em função do distanciamento, a tendência é de menos movimentação nas ruas e forte aposta na TV e internet, sobretudo nas redes sociais.

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Uma das novidades da eleição é a divisão dos progressistas. Com a saída do prefeito Telmo Kirst do PP no ano passado, o grupo que vinha disputando as eleições nas últimas décadas se dissolveu, gerando duas candidaturas. Outros partidos que estiveram com o atual governo em pleitos anteriores, como MDB, PDT e PSDB, também estarão em frentes paralelas dessa vez. Uma legenda, o Novo, vai participar da eleição municipal pela primeira vez.

A corrida ainda será marcada pelo embate entre expoentes da nova geração da política local e figuras tradicionais do xadrez eleitoral, e tudo indica que a necessidade (ou não) de renovação será um dos temas predominantes. Outro assunto que deve pautar o pleito é justamente a pandemia, incluindo os seus impactos na economia, a condução do enfrentamento da crise pelo poder público e as estratégias de recuperação.

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O xadrez eleitoral

Alex Knak (MDB)
Quem é: advogado e empresário, concorreu a vereador pela primeira vez em 2008. Já em 2010, tentou uma vaga de deputado federal, sempre pelo MDB. Despontou politicamente no primeiro mandato de Telmo Kirst, quando tornou-se secretário municipal de Transportes. Elegeu-se à Câmara como mais votado em 2016, com 3,4 mil votos. Tem 40 anos. Vice: Fabiano Dupont (PSB).

Partidos que apoiam: MDB, PSB, PDT, PSL e Podemos

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No que aposta: vai investir na defesa da renovação política e se apresentar como uma alternativa à tradicional polarização entre progressistas e petebistas. Também pretende exaltar os seus feitos enquanto secretário municipal de Transportes e a sua atuação na Câmara, onde foi um dos vereadores mais produtivos.

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Carlos Eurico Pereira (Novo)
Quem é: natural de São Gabriel, mora em Santa Cruz há duas décadas. É médico pneumologista e dá palestras sobre inovação e tecnologia. Atleta de judô, já representou Santa Cruz em competições em várias regiões do País e no exterior, e presidiu a Federação Gaúcha de Judô. Milita pelo Novo desde 2017 e vai concorrer pela primeira vez. Tem 48 anos. Vice: Paulo Bigolin (Novo).

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Partidos que apoiam: Novo

No que aposta: sem coligação e com o compromisso de não usar recursos públicos na campanha, deve apresentarse como empreendedor e pregar uma gestão técnica para a Prefeitura, com cortes de cargos e enxugamento da máquina pública. Também refutará práticas tradicionais da política, como acordos partidários em troca de sustentação.

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Frederico de Barros (PT)
Quem é: jornalista, milita pelo PT desde 2016. No ano passado, assumiu a presidência do diretório municipal da sigla com a missão de reorganizá-la após os desgastes dos últimos anos. É sócio-proprietário de uma empresa de assessoria de comunicação. Vai concorrer a um cargo eletivo pela primeira vez. Tem 27 anos. Vice: Manu Mantovani (PCdoB).

Partidos que apoiam: PT e PCdoB

No que aposta: com uma chapa formada por dois jovens e estreantes em eleições, a frente deve defender a renovação na gestão municipal e a ampliação da participação popular na administração pública, com propostas como a implantação de orçamento participativo. O grupo também deve pregar mais atenção do poder público aos bairros e ao interior.

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Helena Hermany (PP)
Quem é: bancária e atual vice-prefeita, iniciou a atuação política como primeira-dama entre 1993 e 1996. Em 2000, tornou-se a vereadora mais votada da história do município com 3,6 mil votos. Elegeu-se vice-prefeita em três ocasiões (2004, 2012 e 2016) e assumiu como prefeita em 2008, após a renúncia de José Wenzel. Concorreu a prefeita em 2008, mas ficou em segundo lugar. Tem 72 anos. Vice: Elstor Desbessell (PL).

Partidos que apoiam: PP, PL, Avante e PRTB

No que aposta: vai exaltar a experiência política de três décadas e o fato de ser quem esteve por mais tempo na Prefeitura na história do município como forma de se contrapor ao discurso pró-renovação, além de defender sua trajetória na área social. Também buscará capitalizar o histórico do PP em Santa Cruz.

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Irton Marx (Solidariedade)
Quem é: tornou-se conhecido em todo o País na década de 1990, ao liderar um movimento a favor da separação do Rio Grande do Sul e a criação de um novo país. Elegeu-se vereador em 2005 pelo PDT e editou durante vários anos o jornal O Estado Gaúcho. Passou também pelo MDB, PSB, PSC, PR, PTC e PSDB, entre outros, até assumir a presidência do Solidariedade este ano. Tem 72 anos. Vice: Walter Couto (Solidariedade).

Partidos que apoiam: Solidariedade

No que aposta: pretende captar apoio junto ao eleitorado pró-separatismo, defendendo a sua eleição como ponte para um avanço no projeto de criação de uma nova república. Também deve exaltar a sua identificação com a cultura germânica e se apresentar como uma alternativa às forças políticas tradicionais.

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Jaqueline Marques (PSD)
Quem é: advogada com especialização em comércio exterior e direito aduaneiro, tem trajetória de atuação no setor empresarial. Iniciou a militância política em 1991 no PDT, partido ao qual foi filiada até fevereiro deste ano, quando migrou para o PSD. Concorreu a deputada federal em 2014 e se tornou secretária municipal de Educação em 2016. Tem 48 anos. Vice: Ido Dupont (PSD).

Partidos que apoiam: PSD, DEM, Republicanos e Cidadania

No que aposta: a frente deve apostar na defesa do legado do prefeito Telmo Kirst no município e pregar a continuidade da gestão. A campanha também deve exaltar a identificação de Jaqueline com a bandeira da educação e a sua trajetória à frente da secretaria.

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Mathias Bertram (PTB)
Quem é: nascido em Venâncio Aires, é sócio da Lisaruth Delícias Caseiras. Concorreu pela primeira vez em 2016 e se elegeu embalado pela liderança junto à região de Pinheiral e pela penetração no setor empresarial. Na atual legislatura, tornou-se uma das principais vozes da oposição na Câmara de Vereadores e travou fortes embates com o governo. Tem 34 anos. Vice: César Cechinato (PSDB).

Partidos que apoiam: PTB, PSDB e PV

No que aposta: além de ser um rosto novo na política local, deve exaltar o seu perfil empreendedor, na condição de líder de uma das empresas que mais adquiriram notoriedade nos últimos anos. Apoiado pela família Moraes, também defenderá o legado do PTB no município e deve se firmar como real oposição ao atual governo.

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