O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Santa Cruz do Sul, denunciou nessa quinta-feira, 25, 20 pessoas por crimes de organização criminosa, peculato e fraude em licitações e contratos.
O esquema criminoso causou prejuízo estimado em mais de R$ 47 milhões aos cofres públicos do município do Vale do Rio Pardo e chegou a gerar riscos aos pilotos da Stock Car Brasil. A denúncia é decorrente da Operação Controle, cuja fase ostensiva foi realizada em novembro de 2023.
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Entre os denunciados, estão o vice-prefeito do município, Elstor Desbessell, então secretário da Saúde. Além disso, o então líder do governo na Câmara de Vereadores e filho da prefeita Helena Hermany e do ex-prefeito Edmar Hermany, Henrique Hermany, também foi denunciado.
Ainda, quatro ex-secretários municipais, integrantes do primeiro escalão do governo, estão incluídos nas denúncias: o secretário de Administração, Edemilson Cunha Severo; o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Marcio Farias Martins; o secretário de Planejamento e Governança, Everton Oltramari; e o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis. Todos são investigados pelos mesmos crimes.
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Todos os denunciados foram afastados após a deflagração da operação, no dia 14 de novembro do ano passado. Ainda, quatro ex-diretores de secretarias municipais e empresários e funcionários das empresas investigadas foram incluídos na denúncia do MPRS.
Ao todo, foram 46 mandados de busca e apreensão, com bloqueios de bens e valores no total de mais de R$ 47 milhões, pagamento de fianças de aproximadamente R$ 1,4 milhão, indisponibilidade de 28 veículos e três embarcações, sequestro de 10 imóveis, afastamento das funções públicas de 10 agentes e proibição a seis empresas de contratarem com o Poder Público, entre outras medidas.
Manifestações
A reportagem da Gazeta tenta contato com os denunciados para manifestações a respeito da denúncia. Até o momento, o advogado Daniel Tonetto, que defende o ex-secretário de Planejamento e Governança, Everton Oltramari, falou. Tonetto disse “respeitar o posicionamento do Ministério Público no entanto, discordo do mesmo. Durante a instrução do processo será demonstrada a inocência do meu cliente”.
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Já o vereador afastado Henrique Hermany disse que irá se manifestar ao longo da tarde. O vice-prefeito Elstor Desbessel, também afastado, esteve reunido com advogados e emitiu uma nota, reforçando que irá “batalhar diuturnamente para provar a sua inocência”.
O advogado Ezequiel Vetoretti, que representa o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis, e outros quatro investigados, declarou que “dizer que uma acusação é excessiva é sempre um pleonasmo. Toda acusação tende ao excesso. No entanto, a denúncia desse caso se mostra extremamente exagerada e, em determinados pontos, muito desarrazoada. Tenho convicção, que a exemplo do que ocorreu na Operação Feudalismo, teremos, ao final, uma enxurrada de absolvições”, afirmou.
A defesa do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Marcio Farias Martins, disse que irá se manifestar “oportunamente e unicamente nos autos processuais”.
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