Francisco Teloeken

Veja dicas para não cair nos “golpes do amor”

Neste ano, o Dia dos Namorados atingiu um faturamento de cerca de R$ 18 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), movimentando as lojas físicas e, cada vez mais, as on-line para atender a demanda por presentes. Não só empresários de diversos ramos estão de olho nessa montanha de dinheiro, mas, também, os golpistas. Muitas pessoas, certamente, já ouviram  falar, conhecem alguém ou elas mesmas sofreram alguma tentativa ou até caíram em golpes na internet. Infelizmente, o Brasil se tornou o paraíso dos golpistas e o inferno da segurança on-line para todo o resto. Segundo levantamento recente, no Brasil, apenas no comércio eletrônico, são feitas mais de 3,6 mil tentativas de golpes por minuto.

Quem optar por comprar na internet precisa ficar atento. Nos dias que antecedem datas especiais, com compradores enchendo as lojas físicas e acessando as virtuais, os ataques de phishing são as tentativas mais comuns para roubar dados. Por meio de promoções enviadas por e-mail, SMS e principalmente WhatsApp, parecendo ser de lojas tradicionais, os consumidores podem ser levados a entrar em links falsos. Por segurança, antes de qualquer ação, deve-se entrar no site oficial da empresa citada na mensagem e verificar se a promoção realmente existe. O especialista em segurança digital e consultor técnico da CertiSign, Márcio D’Avila, afirma que é possível reconhecer um site seguro pela presença de um cadeado na barra do navegador, a letra S no HTTP (ficando HTTPS)  e o selo de segurança, que geralmente é fixado no rodapé da página.

Outra tentativa de golpe, principalmente nesses datas  especiais, é através de presentes surpresas. O “Golpe do Presente”, que ganhou popularidade no fim do ano passado, acontece quando os bandidos simulam uma entrega surpresa no endereço residencial ou comercial do consumidor-alvo. O entregador pede para fotografar a vítima e o documento para formalizar a confirmação do recebimento. A partir dessas informações, os criminosos pedem empréstimos ou abrem conta em nome da vítima. O especialista Márcio D’Avila orienta a só conceder essas informações se tiver a certeza de que esse tipo de conferência faz parte do processo de controle da loja da qual está recebendo o presente. Na dúvida e se o entregador insistir, informar que irá entrar em contato com o respectivo e-commerce.

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Outro golpe que está se multiplicando em números crescentes  é o “Golpe do Amor” ou estelionato sentimental, como tem aparecido em alguns tribunais. A expressão engloba diferentes tipos de fraude, mas todas consistem em envolver a vítima sentimentalmente a fim de extrair dela vantagens econômicas. O estelionato sentimental sempre existiu, mas está sendo facilitado pelos meios virtuais, onde a pessoa cria contextos sem precisar conhecer a vítima pessoalmente. Os golpistas ou quadrilhas seguem alguns padrões:

  • fisgam a vítima nas redes sociais ou em aplicativos de namoro;
  • utilizam fotografia de outra pessoa e, muitas vezes, dizem ser estrangeiros;
  • no WhatsApp, o número costuma ser internacional, o que dificulta ser rastreado pela polícia;
  • tratam a pessoa com gentileza e demonstram interesse em relacionamento sério e vontade de morar no local da vítima;
  • dificultam chamadas por vídeo ou encontros físicos;
  • falam sobre dinheiro, contando uma situação dramática (doença, por exemplo), solicitando empréstimo ou convidando a pessoa a entrar num investimento;
  • em golpes mais sofisticados, criam páginas falsas na internet.

Para não cair em golpes do amor, além de várias dicas – sempre desconfiar  da pessoa, informar-se sobre segurança nos apps, não clicar em links suspeitos – tem uma que é extremamente importante: não falar sobre dinheiro. Uma mulher contou que conversa há mais de um mês com um estrangeiro e, embora desviasse do assunto finanças, o homem sempre insiste em falar sobre o tema. Então, jamais compartilhar dados bancários, fazer qualquer transação como PIX e transferência ou investir dinheiro com pessoas com quem o relacionamento se dá apenas pela internet. Em alguns casos, o golpista não tem pressa e conversa por meses com a vítima para obter confiança.

Geralmente, pessoas de mais idade tem uma projeção social e boa situação financeira. Os manipuladores vão conquistando as vítimas e, por mais que as pessoas próximas avisem que tem algo errado, elas não acreditam e não aceitam. Além do distanciamento de familiares, provocado pelos manipuladores, as vítimas entram numa dissociação cognitiva. Muitas vezes, não notam e, quando veem, perderam parte ou todo o patrimônio.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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