Nos últimos tempos, vem crescendo entre os consumidores a preocupação com a segurança alimentar. Com a pandemia os cuidados redobraram, especialmente quando se trata do consumo de produtos in natura, que dependem de uma grande cadeia produtiva, que passa por muitas mãos. Todos os cuidados durante a produção, a manipulação e consumo devem ser levados em conta, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltem que não há transmissão direta da Covid-19 por meio dos alimentos.
Para que o coronavírus se multiplique, é preciso um hospedeiro, um organismo vivo. No entanto, cuidados são necessários para não levar outras bactérias e microrganismos para dentro de casa e para o prato. A nutricionista Juliana Ziebell orienta que, para evitar a contaminação, é imprescindível seguir todos os cuidados de manipulação. E isso inclui utilizar água e matérias-primas seguras no cultivo. “Desde a produção, a preparação até seu consumo, microrganismos podem tornar o alimento impróprio. Para garantir a segurança alimentar, é necessário que a água utilizada na irrigação seja de fonte confiável e livre de contaminação”, destaca.
LEIA MAIS: Alimentação saudável não pode ser deixada de lado, dizem especialistas
Publicidade
Antes do consumo, os alimentos devem ser higienizados. “Ao chegar do mercado, é preciso higienizar embalagens com álcool 70% ou lavar com água e sabão antes de guardar em armários e geladeira. Em relação aos alimentos in natura, como frutas e vegetais, a forma mais comum e barata é empregar uma solução, produzida na proporção de 20 mililitros ou duas colheres de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária) para cada litro de água potável”, explica.
A higienização, explica Juliana, consiste em três etapas: lavagem, sanitização e enxague. “Primeiro lave o alimento, no caso de folhas, uma a uma. Depois, coloque-os de molho na solução citada, etapa chamada de sanitização. Depois, deve-se enxaguar para remover os resíduos do sanitizante.” Outro cuidado importante refere-se aos produtos e embalagens que serão guardados na geladeira. Eles devem ser lavados com água e sabão e depois borrifados com álcool 70%.
Juliana destaca que uma das falhas mais comuns em relação aos produtos é não observar o prazo de validade. “É necessário observar todas as orientações de armazenamento após abertas as embalagens. As condições da embalagem, aparência física, consistência e cheiro.”
Publicidade
LEIA MAIS: Dez dicas de como armazenar alimentos por mais tempo
A contaminação cruzada é a infecção de contaminantes biológicos, que são microrganismos patogênicos, presentes entre os alimentos, nas superfícies e materiais utilizados para seu preparo. Um dos casos perigosos mais comuns, segundo a nutricionista, é a prática de cortar carne crua e usar a mesma faca para cortar legumes. “Evite a contaminação cruzada, separando sempre os alimentos crus daqueles prontos para o consumo. Inclusive, utilize utensílios como facas, garfos, pegadores e tábuas de corte diferentes para cada um deles”, esclarece Juliana Ziebell. De acordo com ela, essa prática, que parece inofensiva, pode provocar a contaminação microbiológica, que causa doenças transmitidas pelos alimentos.
Os principais contaminantes são parasitas, bactérias patogênicas e vírus. Entre as bactérias patogênicas mais comuns está a salmonela, ou Shigella, que é encontrada em ovos, carne mal-assada ou malcozida e em leite não pasteurizado. “Alimentos de origem animal, como carnes de gado, frango, porco, peixes e também os ovos, devem ser cozidos ou assados a temperaturas acima de 60 graus. Já os que utilizam ovos crus ou malcozidos, como gemadas, ovos fritos de gema mole e maionese caseira, devem ser evitados”, ressalta. Após o preparo, os alimentos devem ir direto para a geladeira. Quando forem reaquecidos, é necessário manter a temperatura acima de 70 graus.
Publicidade
LEIA MAIS: Dicas para uma alimentação saudável na correria do dia a dia
Segurança alimentar x segurança dos alimentos
Segurança alimentar e segurança dos alimentos são termos distintos. De acordo com a ISO 22000, norma que trata dos requisitos para implementação de sistemas de gestão da qualidade e segurança dos alimentos, a segunda é uma garantia de que o alimento não causará efeitos adversos à saúde do consumidor, quando for preparado ou consumido de acordo com o uso pretendido.
Publicidade
Já a segurança alimentar, conforme o conceito empregado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), refere-se ao acesso regular e permanente das pessoas a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente.
LEIA MAIS: Dez alimentos que ajudam a aumentar a imunidade
Publicidade
This website uses cookies.