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RECONSTRUÇÃO

Veja como está a recuperação das estradas em Santa Cruz do Sul

Foto: Banco de Imagens

Passados mais de 40 dias desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul, em Santa Cruz do Sul os trabalhos se concentram na recuperação e na retomada da normalidade. Uma das frentes que têm recebido atenção da Prefeitura é a recuperação de ruas e estradas, tanto na área urbana como no interior do município.

Na manhã desta segunda-feira, 10, o secretário de Obras e Infraestrutura, Edmar Hermany, concedeu entrevista ao jornalista Ronaldo Falkenback, da Rádio Gazeta 107,9 FM, na qual atualizou a situação nos pontos onde ocorrem os trabalhos.

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No último fim de semana, a secretaria trabalhou na remoção de entulhos em duas áreas onde foram registrados deslizamentos. No sábado, 8, os serviços se concentraram no Acesso Grasel, com a retirada de 23 caminhões com material. Hermany confirmou que no local será feita uma contenção, de concreto ou pedras, para evitar novos deslizamentos de terra.

Já no domingo, 9, a limpeza ocorreu às margens da BR-471, próximo ao antigo Santuário de Schoenstatt. Até o início da tarde, haviam sido removidas 12 cargas de material. O secretário explica que a demora para a remoção de entulhos no trecho se deu pela necessidade de uma autorização especial do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Secretário de Obras Edmar Hermany concedeu entrevista à Radio Gazeta 107,9 FM | Foto: Ronaldo Falkenback

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Estradas do interior devem ficar prontas em um mês

Desde o segundo dia de enchente, as máquinas da Secretaria de Obras e Infraestrutura atuam na liberação das estradas afetadas. De acordo com o secretário, os trabalhos ainda devem se estender por cerca de um mês até que tudo esteja em dia. Praticamente todas as estradas gerais do interior já foram patroladas. A Prefeitura também realizou o serviço nas vias vicinais onde há tráfego de ônibus.

Na entrevista, Edmar Hermany destacou que a secretaria concluiu os acessos da vila de Monte Alverne a Venâncio Aires, por meio da ponte sobre o Arroio Castelhano na ERS-418; e à localidade de Linha Brasil, também no município vizinho. Além disso, fizeram a limpeza do escoamento em uma ponte em Linha Saraiva. Hoje, três dragas trabalham no desassoreamento dos rios nos distritos de Monte Alverne, Saraiva e Alto Paredão.

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Parceria reconstruirá ponte de Linha Arroio do Tigre

Ainda, há previsão de intervenções em Volta do Tigre, entre Alto Paredão e Linha Chaves e na Linha Arroio do Tigre. Nesta última, Hermany comenta que a obra, mais complicada, será feita a partir de uma parceria entre as prefeituras de Santa Cruz e Venâncio Aires. Conforme o secretário, neste momento não é possível fazer uma ponte, visto que o rio, que tinha 12 metros de largura, já está com 86 metros.

O projeto visa levar o curso d’água de volta ao seu leito para depois fazer a travessia através de um passo. A execução da obra será de responsabilidade de Santa Cruz, enquanto a tubulação ficará a cargo do poder público de Venâncio Aires. Até terça-feira, 11, o engenheiro do município vizinho deverá concluir o projeto, que ainda passará pela Câmara de Vereadores das duas cidades.

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Agricultores seguem sem acesso em Rio Pardinho

No distrito de Rio Pardinho, um dos mais afetados em Santa Cruz do Sul, o cenário registrado foi de destruição. Embora a travessia já tenha sido retomada em pontos como a Entrada Rathke, em outros locais não é possível o acesso. Na Vila Panke, Hermany estima que o rio já tenha chegado a cerca de 800 metros de largura. No condomínio Recanto do Sossego, restaram apenas pedras e tocos.

Na área da antiga ponte de Rio Pardinho até pouco após a ponte que dá acesso ao Balneário Passo das Pedras, na Linha Sete de Setembro, o cascalho já começa a aparecer. No entanto, três agricultores seguem sem acesso, visto que há metros de lama em frente a suas casas. Por isso, a secretaria trabalhará para endireitar o canal em linha reta, e não curva, para desaguar aquela água. Ainda, o secretário critica que diversos pontos ainda dependem do acesso pelas pontes de madeira. Ele relata que, em travessias com limite de peso de três toneladas, há caminhões de 30 mil quilos passando.

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O desassoreamento das áreas nas proximidades dos rios também deverá ser feito. Contudo, os danos foram grandes. “Eu tenho 78 anos, e não vou ver mais na minha vida a margem do Rio Pardinho com árvores”, lamenta. Além disso, diversas propriedades seguem com entulhos. Hermany conta que a secretaria não tem o maquinário para realizar essa limpeza.

Máquinas do Estado recuperarão Cerro Alegre Alto

Outra região que Edmar Hermany descreveu como tendo um “problema seríssimo” é nas proximidades da localidade de Cerro Alegre Alto, onde estava previsto o asfaltamento. No local, há uma pedreira, de onde foi retirado material para a recuperação de Mariante, em Venâncio Aires, o que deixou a estrada em más condições. Linha João Alves, Rincão do Sobrado e a Estrada da Malhada também registraram danos.

Ainda no início desta semana, a Prefeitura deverá receber do Governo do Estado R$ 1,6 milhão em horas-máquina para a recuperação de estradas. Está prevista a chegada de cinco caminhões trucados, duas escavadeiras, duas patrolas e dois rolos. O maquinário será destinado à recuperação do trecho de Cerro Alegre Alto.

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Secretaria deve abrir valas no Várzea

Edmar Hermany também destacou as intervenções previstas para o Bairro Várzea, o mais afetado pela enchente na área urbana de Santa Cruz do Sul. “No ano passado, eu queria abrir valas no Várzea. Fui impedido naquela época, mas vou fazer”, ressalta. O secretário explica que a abertura das tubulações para colocar canos de maior diâmetro fará a água escorrer e com isso removerá a lama do local. Porém, ele alega que é preciso uma nova chuva para ver onde a tubulação está entupida.

“Estamos com todas as bocas de lobo abertas, mas isso não impede que, na próxima vez que tiver água, isso represe, porque pode ter lama dentro”, explica Hermany. Uma manifestação que ocorreu no local no fim de semana teve como uma de suas demandas a desobstrução das canalizações. O secretário alega que já desobstruiu o que podia. Para solucionar o problema por completo, seria preciso fazer uma nova tubulação, o que não está nos planos da Prefeitura.

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Asfalto na Linha Travessa é inviável

Na Linha Travessa, Hermany comenta que a estrada está praticamente concluída, visto que a desobstrução era um pedido da comunidade. Contudo, as máquinas não conseguem avançar devido à quantidade de lodo, o que faz as máquinas afundaram. “Abri tudo que foi possível, até onde pode”, comenta o secretário.

Ele também comenta que o asfalto no trecho é uma demanda da comunidade, inclusive com uma ação no Ministério Público. O secretário conta que a pavimentação já estava prevista, mas se ocorrer onde as pessoas querem, será preciso levantar a estrada em ao menos 1,8 metro para chegar ao nível que a enchente atingiu. “Não tem como fazer aquela reta levantar e fazer asfalto, não pode fazer onde ele existe hoje. Está abaixo da valeta e da soleira da ponte e das casas. Não tem uma casa naquela reta em que não entraram dois metros de água”, afirma.

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Água de cima do morro afetou a situação do Belvedere

Ao comentar sobre a situação do Bairro Belvedere, Hermany comentou que os engenheiros da Defesa Civil já estão providenciando os laudos do asfalto no local. Os documentos serão entregues para a empresa responsável pelas obras. O secretário revela que há a possibilidade de que tenham de drenar as águas que estavam em cima do morro.

Além disso, ele também abordou que na região acima do Belvedere há diversos loteamentos com açudes, os quais extravasaram e a água desceu o morro. O problema está sendo estudado por professores de Engenharia Ambiental da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e a Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade já contrata empresas para fazer os projetos para a solução. Sobre a região dos loteamentos, Hermany comenta que “quem tá tá, quem não tá não pode mais estar. Não pode mais expandir os loteamentos para o leste de Santa Cruz”. Ele acredita que o poder público municipal chegará numa solução com o setor imobiliário.

Buracos serão fechados na BR-471

De acordo com Edmar Hermany, três equipes da secretaria já trabalham fechando buracos da BR-471. A empresa Avantte já foi contratada para os serviços. Ainda, há uma autorização do Dnit, que inclusive ajudará na recuperação do trecho municipalizado. Avenidas importantes da área urbana, como a Paul Harris, a Léo Kraether e a Orlando Oscar Baumhardt também receberão melhorias.

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Comunidade contratou empresa para patrolar estrada de Arroio do Couto

Na entrevista, Hermany ainda revelou uma situação que ocorreu na localidade de Arroio do Couto, no distrito de São José da Reserva. Lá, os próprios moradores contrataram uma empresa para patrolar a estrada. Por isso, a responsabilidade deixa de ser da Prefeitura. O secretário comenta que, embora sejam positivas as parcerias com a comunidade, isso faz parecer que o poder público municipal nunca faz nada pela comunidade. Conforme ele, somente no atual governo já realizaram 18 vezes o patrolamento da via.

Além disso, o titular da pasta alerta que, na primeira chuva que chegar à região, os veículos mais rápidos poderão tirar a cobertura da estrada. Por isso, a Prefeitura deverá realizar um trabalho de escavação, colocando cascalho, passando o rolo e compactando na estrada.

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