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Vaza áudio em que Temer fala como se impeachment estivesse aprovado

O processo de impeachment ainda não foi votado pela Câmara dos Deputados, o que deve acontecer no próximo domingo, 17, no entanto, o vice-presidente da República, Michel Temer, já começa a imaginar como seria uma gestão capitaneada por ele. A Folha de São Paulo divulgou nesta segunda-feira, 11, um áudio de cerca de 15 minutos em que Temer fala como se o impeachment estivesse aprovado pelos parlamentares. 

Na gravação que teria sido enviada aos parlamentares do PMDB, Temer afirma estar realizando o seu primeiro pronunciamento à nação. Ele afirmou que, “aconteça o que acontecer”, é preciso se construir um governo de “salvação nacional” e alertou que haverá “sacrifícios” para retomar o crescimento.

“Na verdade, todos sabem todos que há mais de um mês eu me recolhi para não aparentar que eu estaria cometendo alguma ato, praticando algum gesto, com vistas a ocupar o lugar da senhora presidente da República”, afirma. “Mas evidentemente fui procurado por muitos que estão aflitos com a situação do nosso País”, complementa. 

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No áudio, Temer destacou a importância do diálogo, da compreensão e salientou que serão necessários sacrifícios para retomar o crescimento. “Aconteça o que acontecer no futuro, é preciso um governo de salvação nacional e, portanto, de união nacional. É preciso que se reúna todos os partidos políticos e todos os partidos políticos estejam dispostos à colaborar para tirar o País da crise”, afirmou  “Sem essa unidade nacional, penso que será difícil tirar o País da crise em que nos encontramos”. 

Temer ainda salientou que ainda “há um longo processo pela frente”, com a votação no Senado Nacional, mas salientou que aguardará “respeitosamente a decisão do Senado Federal” e destacou  que não quer “avançar o sinal”. Segundo ele, a decisão de se pronunciar antes da decisão final porque, quando isso acontecer, precisará “estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem nosso País”. 

Michel Temer afirma no áudio que, assumindo a Presidência, manterá programas sociais como Bolsa Família, Pronatec e Fies. “Sei que dizem de vez em quando que, se outrem assumir, vamos acabar com Bolsa Família, vamos acabar com Pronatec, vamos acabar com Fies. Isso é falso. É mentiroso e fruto dessa política mais rasteira que tomou conta do País. Portanto, neste particular, quero dizer que nós deveremos manter estes programas e até, se possível, revalorizá-los e ampliá-los”, afirmou.

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Temer diz, no entanto, que o Bolsa Família será um programa de transição em seu eventual governo. “Há de ser um estágio do Estado brasileiro. Daqui a alguns anos, a empregabilidade tenha atingido um tal nível que não haja necessidade de Bolsa Família. Mas, enquanto persistir a necessidade, manteremos”, afirmou.

O vice-presidente diz também que terá a retomada dos empregos. “Para que haja emprego, é preciso que haja uma conjugação dos empregadores com os trabalhadores. Você só tem emprego se a indústria, o comércio, as atividades de serviço todas estiverem caminhando bem. A partir daí que você tem emprego e pode retomar o emprego”, afirmou.

Ele defendeu ainda as parcerias público-privadas para que o Estado fique responsável exclusivo apenas de algumas áreas específicas. “Vamos incentivar enormemente as parcerias público-privadas à medida que isso pode trazer emprego ao País. Temos absoluta convicção de que hoje, mais do que nunca, o Estado não pode tudo fazer. O Estado depende da atuação dos setores produtivos do País”. 

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“Empregadores de um lado, trabalhadores de outro lado. Estes setores produtivos é que, aliançados, vão fazer a prosperidade do Estado brasileiro. Estado brasileiro tem que cuidar de segurança, saúde, educação, enfim, de alguns temas fundamentais que não podem sair da órbita pública. Mas, no mais, tem que ser entregue à iniciativa privada”, afirmou.

Ouça o áudio de Temer aqui

Assessoria informa que envio de áudio de Temer foi ‘acidental’

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A assessoria do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou que o áudio foi enviado de forma “acidental”. No entanto, os assessores não informaram qual o contexto da gravação.  A Presidência ainda não se pronunciou.

Em dezembro, em um primeiro sinal do rompimento com Dilma – ratificado há duas semanas com a saída do PMDB do governo – uma carta de Temer à presidente também foi vazada à imprensa. No documento, entre outras críticas, Temer afirmava ser um “vice decorativo” e criticava o fato de Dilma só acioná-lo para resolver conflitos entre o PMDB e o Planalto.

 

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