Um dia após o filme Spotlight receber o Oscar de melhor filme, o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, evitou polemizar o assunto e elogiou o longa. O periódico descreve a trama como “emocionante” por dar voz ao horror e à dor das vítimas.
“Fica claro que dentro da Igreja há muitas pessoas que estão mais preocupadas com a imagem da instituição do que com a gravidade do ato”, admitiu a teóloga Lucetta Scaraffia em um artigo publicado no jornal da Santa Sé. “Nada pode justificar a grave falta cometida por toda pessoa que representa Deus e que usa sua autoridade para abusar de um inocente. Tudo está bem contado no filme”, completou a colunista.
Spotlight trata do escândalo de pedofilia na Igreja Católica. Além do prêmio de melhor filme, o longa recebeu o Oscar de melhor roteiro. Durante a sua fala, o diretor, Tom McCarthy, e os produtores do longa pediram que o papa Francisco continue combatendo este flagelo. “Papa Francisco, é hora de proteger as crianças e restaurar nossa fé”, afirmou o produtor Michael Sugar.
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“O fato de que na cerimônia do Oscar se tenha feito um chamado ao papa Francisco para que combata este flagelo deve ser visto como um sinal positivo”, sustentou a teóloga em seu artigo. O jornal do Vaticano lamentou apenas que o filme não mencione “a longa e firme luta” contra a pedofilia dentro da Igreja travada pelo cardeal Joseph Ratzinger quando era o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e após chegar, em 2005, ao trono de Pedro como Bento XVI.
O filme premiado relembra a reportagem feita pelo jornal The Boston Globe para revelar em 2002 os casos de pedofilia da Igreja Católica, um escândalo mundial que envolveu a hierarquia da Igrejaamericana e, em particular, o cardeal Bernard Law, que omitiu sistematicamente os abusos sexuais cometidos por quase uma centena de sacerdotes nos Estados Unidos.
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