Foi criando histórias de ninar para as filhas pequenas que Valquíria Ayres Garcia, a Val, começou sua carreira de 30 anos na literatura. Todas as noites, a artista inventava narrativas para Fernanda, Carina e Andreza dormirem, e mais tarde as escrevia à mão e guardava as páginas em uma gaveta. Estas histórias se tornariam 10 livros lançados, além de pavimentarem um caminho de destaque, não só como escritora, mas também como artista plástica e uma incentivadora do amor aos livros e à leitura.
Além das filhas, os netos, Mathias, Guilherme e Lucas, e o marido, Jair Teves, são seus maiores apoiadores nesta trajetória. O incentivo também vem das crianças que pedem livros novos, além dos professores que criam a ponte entre escritora e leitores. Segundo a autora, a ideia é sempre encantar o livro e chamar a atenção para a leitura, seja com a contação, com os bonecos ou com músicas.
O início da trajetória
Valquíria nasceu em Cachoeira do Sul, onde começou a se interessar pela leitura e pela literatura e onde compartilhava seus escritos com o ex-professor Willy Simonis, que os devolvia corrigidos a caneta vermelha. “Nunca nem sonhei em transformar essas histórias em livro, mas sempre falo nas oficinas: mostrem as coisas que vocês escrevem, pois assim vão continuar crescendo”, declara.
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A primeira publicação, da história A Rãzinha e o Arco-Íris, foi no jornal Correio do Povo, após ela apresentar o texto ao jornalista Liberato Vieira da Cunha, que lhe deu a dica de sintetizar suas narrativas. Ela seguiu produzindo e se expressando artisticamente. Val integrou durante 7 anos o Atelier Livre, espaço promovido pela Prefeitura de Cachoeira do Sul, onde realizou oficinas de escultura, cerâmica, restauração, desenho e pintura.
“Fiz muitos cursos e isso me deu uma bagagem muito mais ampla para trabalhar”, relembra. Ela também viveu por 10 anos em Uruguaiana, onde trabalhou com arte e explorou instalações artísticas. Veio a Santa Cruz do Sul fazendo os teatros de fantoches O Faz de Conta e O Circo dos Bonecos, quando recebeu uma proposta de trabalho e se mudou para o município, em 2000. Aqui, venceu um concurso literário promovido pela Unisc, que rendeu a publicação de seus primeiros livros: Noite com medo de escuridão e O sapo Sapofe.
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Quem conhece a escritora já deve ter acompanhado suas narrações ou palestras em eventos como a Feira do Livro. Uma das características marcantes do visual de Val, os chapéus coloridos, foi influência do marido. “Quando conheci o Jair, em 2001, ele já usava chapéu. Eu usava de vez em quando e fui adotando porque as crianças adoram”, disse.
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Além do acessório, ela leva convidados ilustres para as atividades em escolas: os bonecos Sapo Sapofe, Bruxa Roxilda e Josefina, personagens de seus livros. Aliás, cada autógrafo de Val é único, não só pela mensagem personalizada, mas pelos adesivos de corações e estrelas que acompanham sua assinatura.
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Val acredita que as conquistas devem ser construídas sem pressa e que cada autor deve incluir suas vivências nas narrativas. “Devemos baixar a cabeça e trabalhar, e mostrar o trabalho para alguém. Na caminhada, se deve buscar a experiência de outro para agregar mais informações e mais aprendizado”, explica.
Inspirada pela obra das autoras brasileiras Ana Maria Machado e Cecília Meirelles, ela conta que também é uma grande admiradora de Clarice Lispector. Os raros momentos em que não está trabalhando são dedicados a receber amigos e à dança (ela e o marido adoram blues e rock e são grandes fãs do festival Mississipi Delta Blues, que era realizado em Caxias do Sul).
O reconhecimento
Val é membro-fundadora da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul; foi a escritora homenageada da 29ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, em 2016; é integrante do projeto Autor Presente, do Instituto Estadual do Livro (IEL); recentemente, foi convidada a integrar a Academia de Letras de Cachoeira do Sul, sua terra natal; realizou exposições de esculturas e pinturas e foi tema do documentário Uma Estrela na Palma da Mão (2020), com direção de Vanessa Garcia.
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Com formação em Pedagogia, Val atualmente se dedica aos seus livros e possui dois projetos em andamento, além de atuar como funcionária pública da Secretaria de Cultura de Santa Cruz do Sul.
Livros lançados
Noite com medo de escuridão (2004)
O sapo Sapofe (2005) – bilíngue português e alemão
Amor de Dinos (2008)
A vaca amarela (2011)
A bruxa Roxilda (2013)
Tem uma estrela na palma da tua mão (2014) – poemas
O sapo Sapofe (2016) – 2ª edição
Cadê o vento? (2018) – bilíngue português e inglês
Joaquim & Joaquina (2018) – poemas
Vamos cantar histórias? (2020)
Contato com a autora
Para os interessados na obra de Valquíria Ayres Garcia, os livros estão à venda na Livraria & Cafeteria Iluminura, na Livraria e Sebo Era uma Vez e na Livraria do Beco, ou direto com a autora, com envio pelo correio para outras cidades. O contato com a escritora pode ser feito pelo WhatsApp (51) 9 9223 9868, e-mail [email protected] ou no site www.valquiriaayresgarcia.com, ou ainda através do YouTube,
Facebook @valquiria.ayresgarcialivros ou Instagram @valquiriaayresgarcia.
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