Valéria Goettert: a jovem santa-cruzense que saiu do campo rumo às passarelas

Valéria Goettert chegou em São Paulo um dia depois de completar 18 anos. A jovem rumou para a maior metrópole do Brasil depois de viver a infância e a adolescência no interior de Santa Cruz do Sul, em Cerro Alegre Alto. Na bagagem, levou consigo a vontade de viver a experiência de ser modelo. Filha de Jair e Adriana, ambos agricultores, Valéria nasceu e cresceu no campo, onde também experienciou a lida na produção de leite e o dia a dia na lavoura.

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Na escola, era dedicada e adorava ler. “Romances históricos, ficção, aventura, fantasia, de tudo um pouco”, listou. E foram os livros que abriram horizontes para a decisão de seguir uma carreira até então inimaginada. “Os livros me tiraram da ‘bolha’.” Hoje, com 19 anos, ela desponta como uma promessa das passarelas.

Muito alta, muito magra…

Ser modelo nunca foi o sonho de Valéria. E apesar de jamais ter cogitado a profissão, propostas chegaram até ela. “Cheguei a participar de uma seletiva, mas sempre fui muita tímida. Como minha mãe dizia: ‘um bicho do mato’”.

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Valéria sempre foi muito alta e magra. “As pessoas chegavam a pensar que eu poderia estar doente”, recorda. Na escola, sofreu bullying e teve problemas de autoestima. “Não me sentia bem de ser a mais alta.” E foi justamente a condição física que a fez despertar para a possibilidade real de ser modelo.

Aos 16 anos, cursando o Ensino Médio na Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc), Valéria projetava continuar trabalhando no campo. Contudo, nesse mesmo período, começou a pensar em outros caminhos. Esse impulso deu início a pesquisas por agências.

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Depois de “fugir” dos “olheiros”, ela foi encontrada por um scouter no Instagram. Além disso, uma reportagem publicada na Gazeta do Sul sobre uma modelo santa-cruzense que à época despontava, hoje com carreira internacional, deu a ela o impulso que precisava para correr atrás do novo objetivo de vida.

Um sonho chamado Europa

Valéria segue focada na carreira em um mercado que, segundo ela, é muito competitivo. Hoje a timidez e a falta de autoestima se transformaram em confiança. No currículo, somam-se muitas experiências em pouco tempo.

Um desfile para a marca Carolina Herrera; a oportunidade de trabalhar com profissionais renomados, como o fotógrafo Fernando Tomaz e o estilista Pedro Sales, e de participar de desfiles no São Paulo Fashion Week; e ainda figurar na edição de setembro – a mais importante do ano – da Vogue Brasil, em 2022, estão entre as conquistas na curta, porém intensa trajetória até aqui. Além disso, Valéria teve a experiência de trabalhar na China. “Foram quatro meses, um ‘intensivo’ para me preparar para os próximos desafios.”

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Apesar de sentir muita falta do interior, Valéria reconhece que tem facilidade em aprender e atribui isso à humildade, que considera fundamental para o sucesso em qualquer área. “Descobri que não imaginamos a capacidade que temos para resolver problemas e passar por desafios. Se houver força de vontade, consegue-se absolutamente tudo”. Exemplo disso foi quando ela trocou o campo pela cidade grande.

“Quando descobri que iria para São Paulo, tive medo, mas pensei: se der errado, pelo menos tentei.”
E deu certo. Em 2024, ela busca dar um novo passo da carreira. O objetivo é ir para a Europa. “É lá que as coisas acontecem. Pretendo trabalhar em Paris.” Em meio às expectativas, acredita no seu potencial e une isso à dedicação diária ao trabalho. “Estou muito animada e segura. Me esforcei muito.”

E não é só das passarelas que Valéria vive. A jovem gosta de desenhar e de pintar, algo que surgiu pouco antes de começar a trabalhar como modelo. Sobre o futuro, ela mantém o foco na ascensão natural da profissão. Opções para uma nova etapa, daqui a um bom tempo, não faltam, como cursar alguma faculdade na área de design ou artes plásticas, e até, quem sabe, voltar a se dedicar à lida no campo.

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