Valentino Costa, de 13 anos, é atleta do jiu-jitsu da academia Black Team, liderada pelo mestre Mário Reis, em Santa Cruz do Sul. Estudante do 7º ano no Escola Estadual Ensino Fundamental Petituba, o garoto iniciou nas artes marciais por influência do pai, Daitson Costa, de 38 anos, atleta profissional multicampeão de jiu-jitsu. No início, chegou a praticar judô e até mesmo fez parte da escolinha de futebol do FC Santa Cruz. Porém, o sangue falou mais forte.
Valentino passou a treinar jiu-jitsu e se adaptou com velocidade, inspirado pelo ídolo do MMA, Charles do Bronx. Desde dezembro de 2023, adotou uma rotina de três sessões diárias. Aos poucos, começou a participar de competições. O menino mostrou que é talentoso e já acumulou seis medalhas em menos de um ano. O desempenho é resultado da disciplina adotada por ele em busca de alto rendimento, orientado pelo pai e também pelos professores Arthur Reitzer e Felipe Silva. “Ele está com um ritmo intenso. Treina com o infanto-juvenil e com os adultos. Ainda faz musculação com a gente. Já foi vice na Copa América e ganhou o Gaúcho. Estamos muito felizes com a evolução constante dele”, comenta Daitson.
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Venda de paçocas para custear despesas
Depois da aula e antes dos treinos, Valentino realiza as tarefas de casa e ainda auxilia a madrasta Francine Costa, de 29 anos, em afazeres domésticos. Para ajudar nos custos das viagens, equipamentos, suplementos e preparação física, o jovem lutador vende paçocas no Centro. Somente em inscrições nas competições, o gasto médio é de R$ 600,00. De acordo com os pais, a comercialização dos doces é um incentivo para que o filho saiba o valor do dinheiro e uma forma de estimular a educação financeira e o espírito empreendedor.
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Se antes Valentino vendia paçoquinha em pequenos potes, agora passou a negociar com caixas maiores, devido à popularidade da iniciativa. “Nossa família é uma equipe. Competimos nos finais de semana. Além da taxa de inscrição, temos despesas com alimentação, combustível e hospedagem, caso seja necessário. Não contamos com patrocínio e buscamos visibilidade ao esporte para tornar mais viável a nossa participação nas competições”, explica Daitson. “Buscamos uma formação diferente para o Valentino. Mais afastado das telas e mais ligado aos valores e princípios. A arte marcial molda a cabeça dos jovens. Incentiva a disciplina. Aconselho que os pais procurem alguma modalidade para os seus filhos”, completa.
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Desafio logístico diário
Daitson trabalha em uma empresa de segurança privada e Francine atua como atendente de farmácia. Ambos também complementam a renda como seguranças em casas noturnas. A família mora em Linha João Alves e o dia de atividades começa às 6 horas, quando Valentino acorda e vai para a escola. O retorno ocorre às 12h30, com uma van de transporte escolar. Os treinamentos acontecem a partir das 16 horas. A família volta para casa por volta da meia-noite. “Chegamos bastante cansados. Só dá tempo de tomar banho e ir dormir. Apesar da rotina desgastante, estamos felizes pelo caminho que estamos trilhando”, salienta Francine. “Muitas vezes saímos do trabalho de madrugada e logo cedo pegamos a estrada. Faz parte, mas é gratificante”, complementa.
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Valores do jiu-jitsu
Daitson ressalta as virtudes da prática de jiu-jitsu, como os benefícios para a saúde mental e para a qualidade de vida. Além disso, o atleta e professor frisa o potencial de Santa Cruz do Sul na modalidade, com atletas que podem ser tornar referências. Ele vislumbra um apoio maior da iniciativa privada e também do Poder Público. Sem garantias financeiras, os atletas dependem de subsídios governamentais e das aulas ministradas, como no caso das artes marciais.
“É um esporte para todas as idades. Muita gente procura o jiu-jitsu para ter uma válvula de escape. Esquecer os problemas do cotidiano. O treinamento obriga a pessoa a focar. Aprendemos a ser mais resilientes. Muitas vezes, mesmo quando estamos passando um sufoco no combate, mantemos a concentração e não entramos em desespero. O conjunto de técnicas e valores nos ajuda para as lutas que travamos a cada dia. São importantes também para a defesa pessoal. Precisamos de incentivo para difundir a prática do jiu-jitsu, que é brasileiro, mas de reconhecimento maior fora do país”, analisa. A chave Pix é o CPF: 05944354046.
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