Regional

Vale-feira faz sucesso em Vale Verde e vira exemplo para outros municípios

É por meio do cartão vale-feira que produtores rurais de Vale Verde, cultivadores de hortigranjeiros para venda no município, sentem-se motivados a produzirem os alimentos. Na única feira rural da cidade, que reúne seis famílias, o sistema exclusivo para servidores municipais tem fomentado as vendas. O modelo foi implantado em 2015 pela Prefeitura como forma de valorizar a agricultura familiar. Na época, Vale Verde foi pioneira na criação do sistema de vale-feira no Vale do Rio Pardo, por meio da Emater/Ascar do município, que conheceu a iniciativa no Vale do Taquari.

Para a feirante Veleda Gerhardt, de 51 anos, o recurso é fundamental para manter as atividades na lavoura. “Se não fosse por isso, eu acho que não estaríamos aqui.” Em sua banca, ela vende produtos feitos em casa, como cucas, pães, bolos, rapaduras e conservas. “Assim as pessoas são incentivadas a vir na feira e comprar itens coloniais.” 

Veleda, que divide a banca com a amiga Ivone Meurer da Silva, considera o recurso fundamental para manter as atividades na lavoura | Foto: Rafaelly Machado

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A iniciativa serviu de exemplo para outras cidades da região, como Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Passo do Sobrado e Rio Pardo. Sinimbu também estuda a implantação do sistema. Em Vale Verde, o vale-feira iniciou com o crédito de R$ 30,00. Neste ano, aumentou para R$ 50,00. Cerca de 170 servidores do Executivo e da Câmara de Vereadores fazem uso, exceto o prefeito, o vice-prefeito e os vereadores. 

De acordo com o fiscal municipal Luís Carlos da Silva, de 40 anos, que também responde pela Secretaria de Administração, com o vale-feira movimenta-se a economia local. “Se todos os funcionários utilizassem por completo o vale, o valor gerado para a economia seria de R$ 8,5 mil. Nos últimos meses, tem ficado em R$ 6 mil mensais. É um investimento indireto na agricultura e um incentivo para compras locais.”

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Juliane Dick, de 47 anos, é cliente assídua da feira desde 2015. Para ela, que é agente municipal de saúde e utiliza o sistema, o vale facilitou muito suas compras. “É algo que me incentiva, pois antes de ter o vale eu deixava de vir com frequência. Assim consigo comprar produtos de qualidade.”

Luís Carlos: investimento na economia
Juliane frequenta a feira desde 2015

Como funciona o vale-feira

As cidades que utilizam o sistema de vale-feira possuem meios diferentes para aplicação do recurso. Em Vale Verde, cada servidor público recebe R$ 50,00 em créditos mensais. O modelo é em tíquetes, com valores de R$ 10,00 cada. Como forma de troco, há um tíquete de R$ 5,00, que pode ser utilizado em outra banca. Os feirantes acumulam os tíquetes e trocam por dinheiro na Prefeitura. O valor é registrado no bloco de cada produtor rural. O serviço é fiscalizado pelo Município.

Vale-feira instituído em Vale Verde é utilizado apenas por servidores municipais | Foto: Rafaelly Machado

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Para saber

Santa Cruz do Sul conta com o vale-feira desde março do ano passado. Cerca de 3,7 mil servidores do quadro da Prefeitura contam com o benefício. Cada um tem direito a R$ 100,00 mensais para serem utilizados exclusivamente nas nove feiras rurais do município. O montante é cumulativo. Isto é, caso o servidor não utilize o crédito em um mês, ele terá o dobro no mês seguinte. O vale-feira representa pelo menos R$ 4 milhões a mais, todos os anos, para a agricultura familiar de Santa Cruz.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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