O Rio Grande do Sul tem a economia fortemente baseada na agricultura, pecuária e indústria. Muito se fala no potencial para investimento em inovação em novas economias, mas, entende o diretor de inovação e empreendedorismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Rafael Kirst, não se pode abdicar de fortalecer as áreas consideradas tradicionais.
Ele reforça que Santa Cruz tem potencial interessante, sobretudo para especialização em biotecnologia, automação para a área alimentar e para a saúde. “São as principais verticais, que movimentam uma série de cadeias produtivas”, afirma.
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O assunto inovação e sustentabilidade pauta a comitiva gaúcha que participa da programação da Feira de Hannover, na Alemanha. O grupo conta com a presença do vice-governador Gabriel Souza e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo. São 170 brasileiros, a maior participação do País. Mais de um terço representa o Rio Grande do Sul.
“Estamos nos preparando para aproveitar o atual momento do mundo e ter cada vez mais protagonismo, atrair novos negócios, agregar valor aos produtos gaúchos e gerar mais emprego e renda para o Estado”, disse Gabriel. Destacou que as principais demandas globais estão sendo tratadas na feira e também são iniciativas pensadas de forma permanente no Estado.
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“O Rio Grande tem potencial, através da energia limpa, eólica e fotovoltaica, e também do hidrogênio verde, assim como tem potencial para a inovação e para novas soluções tecnológicas. Estamos falando de um Estado que tem essa vocação, que é a sede do South Summit Brazil e ocupa o primeiro lugar no ranking de inovação no Brasil”, explicou.
A falta de mão de obra qualificada é apontada como um dificultador no processo de desenvolvimento da inovação. Rafael Kirst acredita que é preciso uma solução coletiva. “Não há atalhos senão trabalharmos como sociedade na qualificação de talentos, com incentivo aos jovens para buscarem conhecimento. Precisamos de pessoas capacitadas com conhecimento técnico”, afirma. Entende que ainda há carência, na região, nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. “Devemos resgatar o ensino e a importância de estudar, como projeto de formação de vida e inserção profissional.”
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Além da questão específica da mão de obra, Kirst considera a dificuldade para empreender. Cita o cenário econômico desfavorável, que foi desbravado e vencido por muitos empreendedores brasileiros. “Em meio a esses desafios, temos atores que atuam para mitigar esse problema, dando mais suporte técnico e gerencial para que aumente a chance de sucesso dos empreendimentos, seja nos setores tradicionais ou startups”, diz. Como exemplo, fala nas incubadoras, como a da Unisc, que está com nova turma, visando boas ideias e o desenvolvimento de talentos.
As ideias inovadoras surgem, em especial, nas startups e precisam passar por um processo chamado amadurecimento. Essa etapa torna-se mais rápida quando existem mecanismos de aceleração, que podem ser do poder público ou da iniciativa privada. Um dos exemplos positivos é a Idealogic Software, de Santa Cruz do Sul.
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A empresa lançou um projeto para desenvolver um aplicativo destinado a integradores e distribuidores de energia solar. É uma startup dentro da organização, que já conta com 18 anos. “Já fizemos um alto investimento nas primeiras versões do app, alem de participar em eventos. Agora, colocamos o projeto em um programa do Instituto Caldeira, de Porto Alegre, para acelerar o processo de amadurecimento da startup”, conta o proprietário da Idealogic, Eduardo Kroth.
Ele acredita que, na região, há movimentos parecidos para o desenvolvimento dessas empresas, como a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação dos Vales do Rio Pardo e Taquari (Ativales), o Parque Tecnológico TecnoUnisc e o Complexo Gauten de Inovação e Tecnologia, instalado pelo Município. O secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Márcio Martins, adiantou que o espaço público sediará, em agosto, o Gauten Summit, um evento direcionado à qualificação na área, com a possibilidade de acompanhar palestras e fazer negócios.
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“Estamos conversando com patrocinadores e pessoas das áreas de inovação e tecnologia, para fazermos o evento no município, que é referência na região”, disse, em entrevista à Rádio Gazeta 107,9 FM. Kroth salienta que há áreas férteis para a inovação. Cita o agronegócio, agricultura familiar, logística, indústria, comércio e saúde. “Na Expoagro Afubra, houve um espaço exclusivamente para a inovação no campo, onde vimos várias soluções sendo lançadas. Na Unimed VTRP existe o espaço Vibee, destinado para a inovação na área da Saúde”, exemplifica.
Também vê no Converge Santa Cruz um mecanismo positivo para a reunião de forças da cidade em torno do tema inovação. Além disso, entende que há ações isoladas no município capazes de minimizar o problema da mão de obra, como o projeto realizado em parceria entre o Rotary Club e a Prefeitura. “Nosso Estado conseguiu sair do discurso e passar a ter ações concretas. A região dos Vales também está muito bem atendida”, opina.
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