Quando tudo isso passar eu vou botar a cara pra rua, pular um novo Carnaval, abraçar os colegas de trabalho, viajar para o Sul, correr para os braços da família, rever meus amigos, dar risada, brindar, brindar muito, brindar um pouquinho mais. Ficar junto.
Quando tudo isso passar eu quero sentir o sol, reclamar do cansaço, pegar o metrô lotado, ir no mercado sem culpa, chamar as gurias para tomar cerveja, marcar um sambinha, dançar, suar. Viver.
É bem verdade que quando tudo isso passar eu também quero voltar para a minha casa, ler um livro, assistir a uma série qualquer, acender aquele incenso da limpeza e me conectar com a paz e com algumas sombras, porque elas também merecem atenção.
Coronavírus… Nem o mais pessimista imaginava que 2020 iria nos enviar esse presente de grego. Mas aí ele chegou, dividiu opiniões, estremeceu o universo político e agora nos deixa sem ter a mínima ideia do que vai acontecer, quando vai acabar ou como o mundo vai ficar depois de sua passagem. Perdemos o controle! Quer dizer, nunca tivemos ele e lidar com essa incerteza, sem dúvida, configura um dos maiores desafios dessa temporada “Em casa.” Até quando?
Eu poderia aqui tentar arriscar alguma projeção econômica que, de fato, não é nada animadora e assusta, mas essa não é a minha intenção. Li em algum lugar que a humanidade iria se dividir entre quem entendeu o recado e quem não entendeu. A mensagem, nesse caso, não envolve nenhum misticismo ou teoria espiritual. E digo mais: tem potencial de fazer sentido para aqueles que são a favor da quarentena e para os outros tantos que acham toda essa mobilização um completo exagero.
O recado é só uma voz para lembrar você de valorizar a companhia, olhar para os que estão perto, buscar sorrisos conjuntos, ser solidário, esbanjar afeto e reforçar o contato. Que vontade de abraçar, né?! Também é uma chamada para si. Já espiou como andam as coisas aí dentro?
“Assovia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contrabando, e sou o vento que bate em minha cara.” (Eduardo Galeano)
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