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CONTRAPONTO

Vada a bordo, cazzo!

Em 13 de janeiro de 2012, navegando na costa da região da Toscana (Itália), naufragou o navio de cruzeiro Costa Concórdia. Na ocasião, 32 pessoas morreram. Contrariando o mandamento ético – o comandante é o último a abandonar o navio –, Francesco Schettino saiu antes dos passageiros. Sua atitude covarde tornou famosa a advertência do capitão da Guarda Costeira italiana, que lhe dissera: “Vada a bordo, cazzo!”Em tradução livre, seria “Volta a bordo, porra!” Em italiano, “cazzo” tem várias traduções, mas é um ofensivo palavrão. O comandante está cumprindo uma pena de 17 anos de prisão por homicídio culposo, imprudência e por abandonar o navio antes dos passageiros.Quem se surpreendeu com a atitude de Bolsonaro – ao sair do país repentina e injustificadamente (e às custas do dinheiro público!) – foi apenas mais um iludido e desinformado.
Milhões de brasileiros foram vitimados (e continuam sendo!) pelo populismo e pela demagogia. Bolsonaro nunca deixou de ser o que sempre foi. Inexpressivo, medíocre e covarde.

Ministérios pra dar e vender.

Nem sentara na cadeira presidencial, já no primeiro dia o presidente Lula assinou quatro medidas provisórias (MPs) e 52 decretos presidenciais, correlacionados aos seus criativos e onerosos 37 ministérios. Sobre a relevância e o possível desempenho de cada um, é cedo para comentar. Todavia, o generoso e amplo loteamento será uma obviedade. Como de praxe, o Estado será “capturado”.
A “captura” se opera num campo de atuação e representação onde a legalidade e a legitimidade, concomitantes ou não, podem autorizar e viabilizar a respectiva ação. Ainda que imoral e aética!

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Ministério da Verdade
Entre os decretos, destaco o de número 11.328/23, que “aprova a Estrutura e o Quadro dos Cargos da Advocacia-Geral da União e remaneja cargos em comissão e funções de confiança”.
Nesse momento, limito-me ao seu artigo 47 e ao inciso II, que dizem, respectivamente: “Art.47 – À Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia compete:
II – representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas.”
Essa Procuradoria de Defesa da Democracia (e combate às fake news) é uma ousada inovação. Logo, o Consórcio de Veículos de Imprensa e o ministro Alexandre Moraes (STF) não estarão mais sozinhos na defesa da democracia e na vigilância do que pode ser pensado e dito pela população.
Mantenho a ironia. É um prenúncio governamental e sugere uma reprodução do Ministério da Verdade, na clássica e distópica obra de Geoge Orwell – 1984. Na obra, a Polícia das Ideias era a patrulha do pensamento. E o slogan do governo era: “O Grande Irmão está de olho em você!”.

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