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CORONAVÍRUS

Vacinação contra a Covid-19 segue na região

A enfermeira Ruth Rodenbusch Lemes foi a primeira vacinada na Cidade Histórica | Foto: gor Flamel/Divulgação

A vacinação contra a Covid-19 no Vale do Rio Pardo continuou ao longo da quarta-feira, 20, com a aplicação das primeiras doses em profissionais da saúde em diversos municípios. Em Vera Cruz, o ato simbólico ocorreu por volta das 8 horas no Espaço Mamãe Criança, junto ao Posto de Saúde Central. A escolhida para receber a primeira imunização na Capital das Gincanas foi a enfermeira Birtia Muriel Pires, coordenadora do Ambulatório de Campanha. Ela destacou a importância da vacinação e incentivou a população para que faça o mesmo quando houver oportunidade. O prefeito Gilson Becker (PSB) também esteve presente e salientou a dedicação e empenho dos trabalhadores da saúde.

Já em Rio Pardo, a solenidade aconteceu ainda mais cedo, às 7 horas. A escolhida para a primeira imunização na Cidade Histórica foi a enfermeira Ruth Rodenbusch Lemes, que atua desde o início da pandemia na linha de frente de testagem dos casos de Covid-19. Estiveram presentes o prefeito Edivilson Brum (MDB), secretários e vereadores, além da responsável pela 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Mariluci Reis.

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Em Pantano Grande a aplicação ocorreu às 9 horas, e o escolhido foi o técnico em enfermagem Salazar Dutra, que trabalha há 31 anos na saúde do município. O prefeito Mano Paganotto (PTB) comemorou o início da imunização. “Chegou a esperança da vida para o nosso município.”

Outro município que iniciou o processo ontem foi Vale do Sol. A primeira dose da Coronavac foi aplicada na auxiliar de enfermagem Nelsi Rathke, que trabalha na Secretaria Municipal de Saúde. O prefeito Maiquel Silva (PP) ressaltou a grande expectativa que precedia a aplicação. “A vacina será um grande elemento para vencermos a batalha contra o coronavírus”, salientou. As 50 doses disponibilizadas serão aplicadas em profissionais da área da saúde, idosos e pessoas com deficiência institucionalizados.

>>> Acesse o plano estadual de vacinação contra a Covid-19

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Tire suas dúvidas sobre a vacina

Quando será aplicada a segunda dose?
A aplicação da segunda dose deve ocorrer de duas a quatro semanas depois da primeira. No Rio Grande do Sul, essa segunda imunização deve acontecer na primeira quinzena de fevereiro.

As doses já estão disponíveis?
Sim, o governo do Estado recebeu na segunda-feira 342 mil doses da Coronavac e distribuiu somente a metade para os municípios. O restante ficou reservado para garantir a segunda dose a todas as pessoas que receberam a primeira. As vacinas ficam armazenadas na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi), em Porto Alegre.

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A vacina é eficaz?
Os estudos realizados com a Coronavac no Brasil pelo Instituto Butantan mostraram uma eficácia geral de 50,4%. Contudo, é importante destacar que não se pode analisar esse número como se a vacina funcionasse apenas para a metade dos que recebem as doses. A imunização previne o desenvolvimento de quadros leves da doença em 78% dos casos e é 100% eficaz para impedir os quadros moderados a graves, que necessitam de internação.

A vacina é confiável?
Sim. A rapidez com que foram desenvolvidas as vacinas contra a Covid-19 se explica pelo massivo investimento feito por governos e empresas, um esforço nunca antes visto. Apesar da velocidade, todas as etapas dos estudos foram cumpridas, conforme determinam os protocolos de segurança (que são sempre os mesmos). São três fases de testes em humanos, com a terceira abrangendo milhares de pessoas e sendo definitiva para garantir segurança e eficácia.

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Como saber quando serei imunizado?
O Plano Nacional de Imunização (PNI) divulgado pelo governo federal definiu apenas as três primeiras fases da vacinação contra a Covid-19. O primeiro grupo, que já está recebendo as doses, inclui profissionais da área da saúde que atuam na linha de frente, idosos e pessoas com deficiência (PCDs) albergados em instituições de longa permanência. O segundo grupo contempla pessoas de 60 a 74 anos, e o terceiro é de pessoas com comorbidades como diabetes, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal ou cardiovascular, indivíduos transplantados, com anemia falciforme, câncer ou obesidade grave. Não existe um cronograma com datas definidas para cada uma dessas fases, uma vez que o prosseguimento da vacinação depende da disponibilidade. Atualmente o Brasil possui somente 6 milhões de doses, e tenta comprar mais 2 milhões da Índia.

Onde poderei me vacinar?
Nesta primeira fase, não há vacinação aberta à população. Todos os profissionais de saúde de linha de frente, idosos e PCDs institucionalizados estão sendo imunizados em seus locais de trabalho ou residência pela Vigilância Sanitária de cada município ou pelas instituições onde atuam. A partir da segunda etapa, as aplicações devem ocorrer nos postos de saúde e outros locais que serão definidos pelos municípios.

A imunização é obrigatória?
Não. As vacinas para outras doenças nunca são obrigatórias no país, no sentido de que ninguém é imunizado contra a própria vontade. Porém, existem restrições na vida civil, como para concursos públicos, inscrição no Bolsa Família e viagens internacionais. Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a aplicação de medidas restritivas para quem se recusar a se vacinar contra a Covid-19. Os ministros entenderam que essas restrições são necessárias porque a saúde coletiva não pode ser prejudicada por decisão individual.

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Preciso realizar algum tipo de cadastro para receber a vacina?
A organização da vacinação pode variar entre estados e municípios. No Rio Grande do Sul, até o momento, não há a necessidade de fazer nenhum tipo de cadastramento. Caso isso ocorra, será amplamente divulgado à população. É importante ficar atento a tentativas de golpes e pegadinhas: o Ministério da Saúde já adiantou que não fará agendamentos nem vai encaminhar qualquer tipo de código aos usuários do SUS, seja por SMS, e-mail ou aplicativo de mensagens.

A vacina tem custos? Posso comprar por conta própria?
Assim como todas as demais do calendário brasileiro disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as vacinas contra a Covid-19 não têm custo. Em relação à compra em clínicas particulares, ainda não há previsão de quando elas conseguirão adquirir doses dos imunizantes que forem aprovados no Brasil.

Quem não pode receber as doses?
Existem estudos ainda em andamento em grupos específicos, como gestantes e puérperas (mulheres que deram à luz há pouco tempo). Em um primeiro momento, a recomendação dos especialistas é para que as vacinas não sejam aplicadas em mulheres nessas condições. O mesmo vale para as crianças, a maioria dos países ainda aguarda pesquisas conclusivas e autorizou a vacinação somente para pessoas acima dos 18 anos. Pessoas com quadro de alergias graves podem receber a vacina, mas devem ficar atentos.

Tenho câncer e estou em tratamento, posso me vacinar?
Cada caso é específico. Por isso é sempre importante conversar com o médico, mas a recomendação geral é para que pessoas com câncer recebam a vacina normalmente.

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As vacinas vão acabar com o coronavírus?
Ainda não é possível dizer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não há como prever se o novo coronavírus vai desaparecer um dia. No entanto, mesmo que as vacinas não consigam fazer o vírus deixar de circular, elas serão capazes de interromper as cadeias de transmissão e conter a disseminação. A tendência é de que o coronavírus se torne endêmico assim como o Influenza, vírus causador da gripe, que infecta novas pessoas todos os anos.

Quando a vida deve voltar ao normal?
Em razão da falta de cronogramas de compra, produção, distribuição e aplicação das vacinas no Brasil, ainda não há como fazer uma previsão. A OMS trabalha com o mínimo de 60% da população vacinada para barrar a transmissão por meio da chamada “imunidade de rebanho”. Essa imunidade ocorre quando a maioria de uma população já adquiriu anticorpos de determinada doença infecciosa. Dessa maneira, o vírus passa a encontrar dificuldade para se propagar. É o que já acontece em doenças como a gripe, sarampo, caxumba e catapora.

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