Dores intensas ao urinar, cólicas abdominais e até dor lombar podem ser sinais de cálculo urinário. Conhecida também como “pedra” no rim, a doença afeta de 5% a 12% da população mundial. Segundo o Dr. Flávio Arêas, urologista do Hospital 9 de Julho, é mais comum homens (10% – 15%) do que mulheres (5% – 10%).
Os cálculos são cristais pequenos de tamanhos variados que podem ser encontrados nos rins ou em outros órgãos do trato urinário como a bexiga. Além de provocar cólica e dores intensas, as pedras nos rins podem prejudicar o funcionamento renal e comprometer a qualidade de vida dos pacientes. Em casos graves, o cálculo pode comprometer em 100% o funcionamento dos rins.
Depois de formadas, as pedras percorrem um longo caminho até serem expelidas. O Dr. Arêas explica o percurso que o cálculo faz até ser expelido pelo organismo.
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1- Os rins: Os cálculos urinários geralmente são formados nos rins a partir do acúmulo de substâncias como ácido úrico, cálcio e sal. As pedras são pequenas, em geral, inferiores a cinco milímetros. O incômodo varia de acordo com o tamanho e torna-se mais intenso quando a pedra começa a deslocar-se para a pelve, causando uma obstrução parcial ou total da saída de urina.
Segundo o Dr. Arêas, nessa etapa é comum o paciente urinar com sangue (hematúria) e ir ao banheiro mais vezes do que o normal (polaciúria). “O paciente fica com a sensação que ainda precisa urinar, já que o percurso do xixi é interrompido”.
2- O ureter: O Dr. Arêas explica que os cálculos ureterais costumam causar dores mais agudas do que na etapa anterior. Isso porque os ureteres são mais estreitos do que os rins, o que dificulta a passagem da pedra pelo canal. A dor pode ocorrer desde abaixo das costelas até a virilha. O local da dor indica por onde o cálculo está passando.
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Nestes casos, é comum também notar sangue na urina. “A piora do quadro costuma vir com febre, o que indica infecção de urina causada pela obstrução do ureter” esclarece o médico.
3- A bexiga e a uretra: Quando o cálculo chega na bexiga, as dores começam a diminuir e causam uma sensação de “alívio”. Em seguida, a pedra é expelida pela uretra. “A eliminação da pedra costuma ser dolorosa quando o cálculo alcança mais de um centímetro. Pode, ainda, obstruir a transição da bexiga para uretra e impedir a saída da urina. Esse tipo de obstrução pode ocorrer causando dor e sangramento sendo retirado via tratamento cirúrgico” explica.
O tratamento para a doença varia de acordo com a região em que o cálculo está, bem como o tamanho da pedra. São levados em consideração também fatores associados como idade, peso e doenças pré-existentes como diabetes, cardiopatias, infecções e distúrbios de coagulação do sangue.
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Na maioria dos casos os cálculos são expelidos naturalmente. “Nos EUA e Brasil, já é rotina o uso de medicamentos que ajudam a expelir a pedra de forma menos dolorosa. A ideia é dilatar o ureter para facilitar a passagem do cálculo”. Há outros casos em que a pedra fica maior do que o canal da uretra e deve ser retirada cirurgicamente ou ainda por meio de tratamentos minimamente invasivos como a Litotripsia, que visa reduzir o tamanho dos cálculos por meio de esmagamento ou trituração, por laser ou ondas de choque.
Segundo o Dr. Arêas, uma das chaves para evitar a doença é básica: Beber água. “Ingerir pelo menos dois litros de água por dia e sucos de frutas cítricas, praticar esporte regularmente e evitar alimentos com excesso de sal, embutidos e enlatados são essenciais para evitar os cálculos urinários” completa o médico.
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