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Uns plantam, outros derrubam

Na última segunda-feira, 5 de junho, transcorreu o Dia Mundial do Meio Ambiente, data que ensejou atividades no decurso da assim chamada Semana do Meio Ambiente. Como repercutido pela Gazeta, esse período acabou marcado, de forma muito negativa, por podas drásticas em árvores no perímetro urbano, além do corte, a mando da RGE, de vários espécimos que estavam na paisagem há décadas.

Cumpriria propor reflexão sobre como, quando e por que essa vegetação que hoje está adulta surgiu na paisagem. Teria sido por acaso, passe de mágica? É óbvio que não. O arquivo da Gazeta do Sul, ao longo dos seus 78 anos, pode constituir fonte de informações a respeito (e a memória dos mais velhos os ajudará a relembrar esses gloriosos feitos).

Ocorre que nas décadas de 40, 50 e 60 do século passado a comunidade deu-se conta de que estava vivendo seus dias exposta ao sol em calçadas e ruas com pouca sombra e carente de ar puro (exatamente ao que, pelo visto, voltaremos a estar condenados em questão de anos). Clubes de serviço, entidades, escolas e empresas, entre elas a própria Gazeta, engajaram-se em mutirões de plantios de mudas de árvores. De árvores, e não de meros arbustos decorativos. Bisavós, avós ou pais das gerações de agora deixaram esse legado. 

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Na foto abaixo aparece, amparando uma das mudas plantadas, o fundador da Gazeta do Sul, jornalista Francisco José Frantz (1917-1982), ele que foi um líder e entusiasta do florestamento. A muda que ele está segurando talvez seja uma das que, infelizmente, foi colocada abaixo em campanha de “arborização segura”, eufemismo que criaram para podas drásticas e supressões. Parece triste sina de nossa espécie: uns plantam, outros derrubam.

Milhares de pessoas, ao longo de anos, ajudaram na arborização; hoje, alguns poucos, com motosserras e seus interesses, põem abaixo. E até são aplaudidos por isso por parcela dos que herdaram o patrimônio natural. Qualidade de vida, bem-estar, ar puro, isso já pouco parece significar. E, para completar, com a conivência de organismos que deveriam zelar pela preservação, e não avalizar a devastação. Valeria perguntar se nomear um organismo como sendo de proteção ambiental ainda faz algum sentido quando ele fecha o olho para tamanha erradicação do verde como Santa Cruz tem testemunhado, e até a chancela. Bom final de semana.

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caroline.garske

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caroline.garske

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