A cada dois dias geramos um volume de dados equivalente ao que criamos do início da civilização até 2023. Isso, porém, não impede a proliferação de tantos absurdos veiculados nas redes sociais. A conectividade total – um fenômeno cada vez mais presente – só fez aumentar os casos de depressão e ansiedade, além de intensificar a incapacidade de diálogo, trucidado pela virulência onipresente.
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O Brasil é o país mais ansioso do mundo e o oitavo com maior número de pessoas com depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde. Já os números da Fundação Getúlio Vargas indicam que existem em nosso país 249 milhões de celulares para 155 milhões de brasileiros que possuem o aparelho.
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Os dados comprovam que não faltam ferramentas para fomentar o entendimento. O mau uso da tecnologia, no entanto, parece aumentar a angústia.
Nesse viés, ouvi uma frase alinhada com a realidade:
– Não somos um país feliz. Somos um país eufórico.
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A afirmação faz sentido diante da alegria que datas como Carnaval, por exemplo, despertam nos brasileiros, mas essa euforia dura por um tempo determinado. Já no cotidiano, porém, nota-se um sentimento generalizado de desesperança, desânimo, pessimismo e aflição.
Vivemos tempos de mudanças radicais em diversos segmentos da vida. Cada vez mais o contato humano é substituído por ferramentas tecnológicas do tipo “digite1 para cancelar sua conta, digite 2 para acessar sua conta” para qualquer serviço ou compra. Além de irritação, o comportamento gera insegurança diante deste “mundo novo” que se descortina e causa crescente ansiedade.
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Fanáticos por tecnologia vivem a torturante sensação de que estão perdendo alguma novidade quando estão com amigos para um chope descontraído. Parece impossível relaxar totalmente. Ficar distante do celular ou do notebook causa desespero e ansiedade crescentes. O resultado é uma rotina que nos afasta de parceiros de jornadas, de familiares, da convivência humana. Silenciosamente forja-se uma vida artificial, fria e distante do convívio próximo.
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Diante de tudo isso, o desafio da comunicação total é desenvolver a capacidade de dosagem. Como diria meu falecido pai:
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– O bom senso jamais está nos extremos, mas sempre no equilíbrio.
Estar conectado com as novidades não significa isolar-se numa bolha, mas ter a capacidade de transformar as ferramentas disponíveis em instrumentos de aproximação.
A inteligência artificial chegou para confundir ainda mais as relações, contestar valores, colocar em xeque competências. A substituição pura e simples da capacidade humana é uma sombra que ameaça profissões, vocações, habilidades. Parece simples, mas é preciso força de vontade para driblar as tentações de fazer cada pequeno gesto da vida numa postagem.
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