Primogênita entre oito irmãos, Almecy Missau Redin, hoje aos 86 anos, guarda na memória as recordações da infância vivida em Sobradinho, e da juventude, parte dela vivenciada em um sítio em Barbosa Ferraz, no Paraná, para onde a família transferiu-se para cultivar café. Foi naquele período, com 16 anos de idade, que iniciou sua trajetória como catequista, falando sobre a Bíblia e sobre a vida para as crianças. “Não tinha catequista, nem professora na localidade. O sítio ficava mais retirado, distante da urbanização. Então eu ia na capela, reunia os vizinhos e dava aulas de catequese. Mesmo tendo estudado apenas até o quinto ano, eu também ensinava crianças da comunidade a ler e escrever”, relembra.
Dos anos anteriores, da infância em Sobradinho, Almecy tem lembranças como a da capela no coração da cidade, onde iniciou a participação nas missas, e também da fundação da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, no ano de 1941, ainda pequena, com apenas 5 anos de idade. “Sempre vínhamos à missa. Minha mãe fazia pães e bolachas. Sempre ajudávamos nas festas”, conta com saudade.
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A inspiração e a motivação na fé foram herdadas de sua mãe, também catequista, ministra da Igreja e mulher devota. “Minha mãe foi uma inspiração para seguir neste caminho, mesmo longe, ajudou muito, foi muito importante”, ressalta. Retornando para sua terra natal, construindo sua própria família, os hábitos religiosos se mantiveram com Almecy e foram repassados, junto com o marido Terciso Redin (in memoriam), aos filhos e netos.
Residindo em Linha Quinca, ela conta que por não haver capela na comunidade, acabou ficando um pouco distante dos ensinamentos em comunidade, mas ensinava os filhos sobre a 1ª Comunhão e depois eles se dirigiam até a Matriz para complementar o aprendizado. “Trabalhávamos na lavoura, plantávamos de tudo. Sempre ajudei Terciso na agricultura. Depois de doze anos viemos morar no centro. Quando estávamos na Linha Quinca era mais difícil participar, sair com criança pequena em distâncias maiores e às vezes com chuva. Eu sempre rezava à Nossa Senhora para que o dia que conseguíssemos comprar um terreno ele ficasse perto da Igreja, e hoje é bem pertinho. Agradeço a Deus e Nossa Senhora por hoje estar tão pertinho da Matriz”, enfatiza ela, que tem na Igreja uma extensão de casa.
Durante anos o casal participou do Conselho Paroquial da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, e como festeiros, nos preparativos para a celebração em homenagem à padroeira de Sobradinho. Uma tradição que seguiram em família. Hoje, ao chegar próximo dos 90 anos de vida, Almecy contempla suas realizações, sobretudo na família formada e nas conquistas alcançadas. Entre elas está o reconhecimento pelo trabalho voluntário, realizado quase que ininterruptamente desde 1988.
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“Quando comecei não tinha o livro de acompanhamento como hoje, então ensinávamos, em maioria, com as orações. Ano após ano fui aumentando o número de alunos e turmas. Foram 21 anos recebendo as crianças em casa. Teve épocas em que tinha dez turmas por semana, entre os turnos da manhã e tarde, de Comunhão e Crisma. Com a idade chegando eu diminuí um pouco o ritmo, mas segui”, destaca.
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Já em 1992, Almecy recebeu o ministério, na época do Frei Valmor Pastre, participando das celebrações eucarísticas da Matriz, semanalmente. “Sempre faço o que eu posso. Temos estudos também antes de nos encontrarmos com as crianças. Enquanto puder, vou continuar. É uma forma de me manter ativa e contribuir”, reforça.
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Mais do que conhecer a Bíblia, Almecy, com sua voz mansa, paciência e didática aprendida ao passar dos anos, vem dedicando parte de seu tempo à comunidade que ama. Filhos de seus primeiros catequizandos também já passaram pela sala de sua casa, onde sempre fez questão de recebê-los. “É um dom de Deus. Cada um tem o seu, e esse é o meu. Eu gosto muito de poder contribuir.”
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