A jornalista, editora e tradutora carioca Rosa Freire d’Aguiar é responsável direta por ter trazido à língua portuguesa, no Brasil, alguns dos mais marcantes textos em todos os gêneros literários que os leitores brasileiros puderam apreciar nas últimas décadas. Com domínio do inglês e do espanhol, proporcionou o contato com obras essenciais de ficção e de não ficção. Agora, quando está em vias de completar 75 anos, no dia 28 de agosto, acabou de entregar à editora Companhia das Letras um livro de sua própria autoria: memórias de décadas de convívio, em muitos casos na intimidade, e de amizade com alguns dos mais importantes artistas do século 20 e da realidade contemporânea.
Sempre Paris: crônica de uma cidade, seus escritores e artistas já entrega no próprio título o epicentro a partir do qual essas reflexões e reminiscências de Rosa vão partir. O volume foi colocado em pré-venda pela editora, e deve chegar às livrarias a partir do dia 24 de outubro. Formada em Jornalismo pela PUC-Rio, em 1971, já naquela década e na seguinte tornou-se correspondente das revistas Manchete e IstoÉ, justamente na capital francesa.
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E lá casou-se em 1979 com o economista Celso Furtado, nome de referência na economia, na administração pública e privada e na cultura em geral. Furtado estava no exílio, desde 1964, e era professor na Sorbonne. Após a redemocratização no Brasil, em meados dos anos 1980, ele ainda chefiou missão brasileira junto à então Comunidade Econômica Europeia, em Bruxelas.
A rotina em Paris, e posteriormente na capital belga, permitiu que o casal partilhasse da intimidade e da amizade com alguns dos mais expressivos intelectuais e políticos daqueles anos. Logo na sequência, eles deixaram a Europa e retornaram ao Brasil, fixando-se então em Brasília, onde Furtado seguiu ocupando cargos relevantes.
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Rosa, por sua vez, desligou-se do jornalismo e passou a investir de vez na condição de editora e, em paralelo, de tradutora, experiência que, aliás, já compartilhou no livro Memórias de tradutora. Sempre Paris ainda agrega 21 entrevistas que ela realizou ao longo da caminhada profissional com ícones como Alain Finkielkraut, Ernesto Sábato, Romain Gary, Julio Cortázar e Jorge Semprún.
Partilhar das memórias e das vivências de Rosa Freire d’Aguiar é, de pronto, um convite a se familiarizar com alguns dos maiores e melhores escritores de todos os tempos. Parte da obra desses expoentes ela própria traduziu para o português, com um estilo diferenciado e com domínio absoluto do melhor texto.
Outros, ela ouviu como jornalista, e, assim, as reflexões deles durante as conversas que mantiveram constituem, por si só, um chamamento a também se aproximar de seus livros de ficção e de não ficção.
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Entre as 21 entrevistas que foram agregadas a Sempre Paris, além dos autores mencionados no texto acima, constam os nomes referenciais de Alberto Cavalcanti, Conrad Detrez, Élisabeth Badinter, Eugène Ionesco, Fernand Braudel, François Perroux, Françoise Giroud, Georges Simenon, Michel Serres, Norma Bengell, Peter Brook, Raymond Aron, Roger Peyrefitte, Roland Barthes, Simone Veil e Suzy Solidor. Atuando em diferentes áreas da cultura e do poder, deixaram um legado que ultrapassou o tempo e se projeta para o futuro.
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