Uma rainha destaque em força e superação

Estamos em outubro, mês dedicado à campanha Outubro Rosa, mas, quando falamos em saúde, o destaque vai para a prevenção de todas as doenças e à importância do diagnóstico precoce. Neste sentido, para salientar o cuidado com a saúde, em especial, das mulheres, trazemos aqui uma história que reforça tudo isso.

Na última sexta-feira, 14 de outubro, a noite foi de ansiedade, frio na barriga e alegria para jovens estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Catarina Bridi, de Ibarama. Oito meninas concorreram a soberanas do Grêmio Estudantil da Catarina Bridi (GECAB), momento em que foram coroadas rainha Odara Forgerini, da turma 81, e princesas Kamila dos Santos, turma 202, e Larissa Scota, da turma 102.
A emoção de Odara, de 13 anos, ao receber o título, a fez lembrar da luta e da conquista há exato um ano, quando celebrou a vitória contra o câncer. “Por dez meses passei pelo tratamento da doença, foi um momento bastante fatigante, cansativo. Acho que isso me inspirou bastante para eu concorrer e ser aconchego para muitas adolescentes, em questão de autoestima, força, coragem”, enfatiza a adolescente.

O tumor ósseo, denominado osteosarcoma, foi localizado no fêmur direito de Odara, após ela sentir um desconforto na perna, quando estava aproveitando um dia de verão, e permanecer com dor por cerca de cinco dias. “Foi um choque. Eu nunca tinha ficado doente. Sempre fui bem forte. Foi a primeira vez mesmo que precisei internar e de medicamentos fortes, então foi um susto bem grande”, recorda sobre o momento do diagnóstico.

Foram dez meses entre exames e tratamento na capital gaúcha e em Santa Maria, e internações para seções de quimioterapia ou para recuperar a imunidade. “Tive muito apoio da minha família, especialmente de minha mãe e minha tia. Nunca pensei que ia passar por isso e também nunca havia parado para pensar na fé que eu tinha e na minha força. Minha tia Maristela, principalmente, me mostrou a importância da fé e o que era acreditar em Deus, e sempre busquei minha força nisso”, salienta.

Em 13 de outubro de 2021 Odara realizou a última quimioterapia e em 14 de outubro de 2022, mais uma vez, recebeu uma notícia boa. O desejo de participar do concurso do GECAB já existia internalizado há algum tempo. “Pensava sempre em participar. Foram alguns anos sem a realização do concurso em razão da pandemia, mas na primeira oportunidade já me inscrevi. Sempre me falaram que eu tinha potencial e fui incentivada. Depois que consegui este título pensei que posso seguir nesta carreira de modelo”, ressalta.

Mostrando-se além de forte, bastante decidida e madura, mesmo com a pouca idade, Odara destaca que todo o processo enfrentado ao longo do tratamento contra a doença a motivaram ainda mais. “Quis usar a minha força e superação para concorrer e principalmente para passar a mensagem que o que eu queria mesmo era além de representar a minha escola, ajudar quem fosse preciso em questão de conselhos, aconchego”, frisa. “Estava entrando na adolescência, é uma fase que a gente é mais vaidosa. Confesso que foi bem difícil em questão de autoestima e também de comparação, mas consegui sempre superar isso”, acrescenta.

Para a mãe Diana Forgerini, a filha é um grande motivo de orgulho. “Sempre tive muita certeza que era uma fase que a gente teria que passar e iria dar tudo certo. E passou. Foram dez meses. E agora há um protocolo de cinco anos, seguimos monitorando a evolução do osso, para o qual ela passou por uma cirurgia de alto risco e foi necessário colocar placas de titânio. Foi uma recuperação que até os médicos se surpreenderam, em dois meses ela estava caminhando. Ela sempre foi muito pra frente, não se encolheu, assim como na situação da perda de cabelo”.

Conforme Diana, a filha é muito evoluída. “Ela sempre foi além, hoje tem pessoas, até adultos, que dizem que se inspiram nela. Esse ano foram só bênçãos. Ela é um orgulho”, reforça a mãe.
Odara aproveita ainda para reforçar a importância da busca pela prevenção e diagnóstico precoce. “Primeiramente diria, cuidado. Quanto mais precoce for, mais chances tem de tratar. E se independente alguma vez a vida surpreender com alguma coisa, nunca desistir, tudo passa”, conclui.

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