Santa Cruz do Sul e a região já vivem novamente o clima de Oktoberfest. Pode até não ser o evento no seu formato tradicional, mas, ainda assim, é uma festa que ensaia a volta à normalidade. A partir da abertura, na quinta-feira, a Oktober, como a deste ano tem sido nomeada, oferece atrativos em sintonia com a memória e as tradições dos colonizadores germânicos, e naturalmente, também com as demais etnias que formam o rico mosaico cultural da sociedade santa-cruzense e de todo o Vale.
Afinal, quando hoje se fala em Santa Cruz, é imprescindível lembrar que a colônia surgiu no interior de Rio Pardo, e que posteriormente várias localidades antes pertencentes a Santa Cruz por sua vez se emanciparam, e ao longo do tempo contribuíram com sua energia para o desenvolvimento desta terra, o que envolve Vera Cruz, Vale do Sol, Sinimbu, Gramado Xavier e Herveiras, além de parcelas de Boqueirão do Leão e Passo do Sobrado. E, claro, fica sempre a troca profícua e a estima mútua com Candelária, Venâncio Aires, Rio Pardo e ainda o Centro-Serra.
Toda essa amálgama de relações e interações sociais e econômicas, entre alemães, portugueses, negros, italianos, indígenas, espanhóis, árabes, orientais, entre outras origens, merece acolhida quando se fala em… Oktoberfest. Esta é, em grande medida, a celebração da paisagem cultural e de memória da região, ainda que o faça sob a roupagem de evento inspirado na Festa da Alegria de Munique, na Alemanha.
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E é para referir e reafirmar essas origens, esse ideal pioneiro de salientar os potenciais da comunidade em todas as áreas, que a Gazeta do Sul recorda, na edição destes dias 9 e 10 de outubro, da primeira Oktoberfest, a de 1984. A jornalista Caroline Garske pesquisou em nossos arquivos sobre a programação e as atividades de todos os dias daquele evento pioneiro. Conversou com o (literalmente) idealizador dela, o então secretário de Turismo Ademir Müller. Não só com ele: também com a primeira rainha da Oktoberfest, Christiane Bublitz, hoje residente em Balneário Camboriú. E entrevistou igualmente outras lideranças que, na ocasião, se engajaram na realização do evento, como o, na época, funcionário público Fernando Vilela, além, naturalmente, do jornalista e colunista social Luiz Henrique Kuhn, o Ike, já então a maior referência em cobertura de ações sociais em toda a região.
Juntos, recuperam histórias e memórias, muitas de bastidores, daquele evento. Que, se teve um caráter bem mais comunitário do que os grandes shows nacionais e internacionais de edições seguintes, justamente por isso se aproxima e irmana tanto com a atual. Que todos possam, a seu modo, celebrar esta Oktober 2021 e fazer um brinde, pronunciando Prosit!, pelos dias de alegria plena, de saúde e normalidade, que haverão de vir por aí. Bom final de semana (ou até de feriado estendido, para alguns). E boa leitura!
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