Em um discurso emocionado no qual citou dom Hélder Câmara e Valter Hugo Mãe, além das canções Aquarela, de Toquinho, e Maior, de Dani Black e Milton Nascimento, Carmen Lúcia de Lima Helfer despediu-se da reitoria após “oito anos intensos”, nas palavras dela. Primeira mulher a dirigir a universidade, exaltou os resultados de sua administração, marcada pelo enfrentamento de sucessivas adversidades. “Na luta pela sobrevivência, fica uma Unisc com perspectiva de futuro”, disse.

Carmen destacou as medidas adotadas em nome da sustentabilidade da instituição, em função do esvaziamento das políticas públicas de financiamento estudantil e da queda no número de estudantes, citando a reforma administrativa, a redução no ritmo de obras e a criação do crédito próprio. “Amadurecemos coletivamente, apesar dos tempos difíceis e das grandes alterações e omissões nas políticas de educação no Brasil”. Fez referência ainda a investimentos na educação à distância, à criação do curso de Medicina Veterinária e à inauguração do TecnoUnisc, entre outros.

Lembrou também da chamada reinvenção pedagógica, defendendo a necessidade de oferecer uma “formação mais contemporânea” aos jovens, e afirmou que os novos tempos vão exigir mais flexibilidade e formação de pensamento crítico. “Criatividade, cooperação e ousadia serão determinantes. Uma nova universidade vem nascendo e não será de grandes prédios”.

Para além das situações econômicas, Carmen recordou os desafios impostos pela pandemia, como a adaptação das aulas ao modelo remoto. “Foi difícil encarar o vazio desse campus por meses, talvez o mais difícil”, relatou, ressaltando as diversas ações encabeçadas pela universidade para contribuir no combate à Covid-19 por meio da ciência.

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Afirmando que a partir de agora retornará à condição de professora, disse confiar que a nova gestão, da qual foi uma das principais articuladoras, irá dar sequência às “grandes mudanças necessárias”. “Coragem é agir com o coração. E eu confio plenamente no olhar generoso e amoroso que terão com a Unisc”, concluiu.

O histórico dos reitores

Wilson Kniphoff da Cruz – Professor de Física, foi eleito diretor-geral das antigas Faculdades Integradas de Santa Cruz (Fisc) em 1986, na primeira eleição direta da história da instituição. Foi reeleito quatro anos depois e, em 1993, após o reconhecimento como universidade, venceu o primeiro pleito para reitor. Gestão foi marcada pela expansão de cursos e pela criação do primeiro programa de pós-graduação.

Luiz Augusto Costa a Campis – Sociólogo, foi eleito em 1997 e reeleito em 2001. Coordenou a implantação dos primeiros campi fora de sede. Também foi na gestão dele que houve a consolidação dos cursos na área da saúde, inclusive com a aquisição, pela Apesc, do Hospital Santa Cruz.

Vilmar Thomé – Professor de Ciências Econômicas, foi eleito em 2005 e reeleito em 2009. Administração foi marcada por políticas voltadas à recuperação da estabilidade financeira da universidade após um período de dificuldades e pela expansão das bolsas e financiamentos.

Carmen Lúcia de Lima Helfer – Professora da área de Educação, tornou-se a primeira mulher reitora em um pleito histórico em 2012, quando pela primeira vez houve três chapas inscritas, e foi reeleita em 2017. Gestão foi marcada por estratégias para enfrentar a crise do ensino superior em todo o País e a pandemia de coronavírus, desde o ano passado.

O tamanho da Unisc

• 7,8 mil alunos
• 41,8 mil profissionais formados em graduação
• 690 funcionários
• 428 professores
• 76 cursos de graduação (presencial e EAD)
• 5 campi
• R$ 156 milhões de orçamento para 2022

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